Escrevo nas páginas tardias do caderno da vida que, agora mesmo, abri; e cujas páginas cheiram a manhã cantada pelas sombras que esvoaçam entre as copas dos eucaliptos.
Quem é aquele que nos ilude com o amor?
Se fosse o Criador eu não seria escravo nem vítima do engano e do desengano do pensamento que eu próprio levantei.
Para o afortunado, aquele que foi despertando do ventre das gerações, a vida é o princípio de um começo sem fim. E esses etiquetamo-los de crentes.
Nós… nós vamos pelo lado mais fácil, rastejando, tantas vezes, entre o pesadelo da vida e a alucinação que nos vai sublimando pelo cerne.
José António de Carvalho, 14-outubro-2021
Foto da minha autoria