A RUA DOS VELHOS
Vivo numa rua de velhos.
Esses tais velhos sem idade,
Os que rejeitam os conselhos,
Que rezingam como fedelhos,
Que não vivem a liberdade.
Sem terem dó nem piedade
Para infligirem diabruras,
Desertos de seriedade,
Cravam dentes e ditaduras,
Vulcões de lava de maldade.
Vivo numa rua de velhos,
A rua que reflete o mundo,
Que quebra todos os espelhos,
Estando ele já todo moribundo
Por ignorarem os conselhos.
Vivo numa rua de velhos,
Na rua de mil e um receios…