sábado, 29 de julho de 2023

Poema "A PAGA EM VIDA"

(Paga em vida, e apaga da vida.)


A PAGA EM VIDA

Sei que um dia partirei
p'ra qualquer outro lugar
ou para lugar nenhum.

Não sei que imagens terei
E ninguém pode afirmar
que haja mais lugar algum.

Será um partir para ir
sem volta, sem retrocesso,
sempre a correr, a fugir…

Qualquer dúvida que exista
abrirá um tal processo
que não há quem lhe resista.

Que seja antes de partir,
como não há mais regresso,
a paga a quem se sentir
um ofendido confesso.

José António de Carvalho, 29-julho-2023
Pintura de Madalena Macedo (Parque da Devesa)



quarta-feira, 26 de julho de 2023

Poema " NA TUA VOZ…" (A Carlos Lacerda)


NA TUA VOZ

(poema a Carlos Lacerda)

Oh, Carlos, Carlos!...
O que queres que te diga
na hora da tua partida?...
Que se perdeu poesia?
Que se perdeu um amigo?
Fico triste comigo…

Grande dizedor
e ilustre poeta.
Pena de na tua voz
nunca ter tido um poema meu.
Não senhor… Nunca ouvi!

Mas sem ti…
a poesia fica bem mais pobre!

Fica o mar e o apreço…
que em dor e versos teço,
tendo a poesia como laço
num enorme e poético abraço…

Até sempre voz de poetas!

José António de Carvalho, 26-julho-2023
Foto de Carlos Lacerda
Conheci-o pessoalmente na Expoética-19, Braga

("É o meu "estado d'alma
quando à Poesia empresto a voz
mesmo a declama-la com calma
me entrego todo a vós !"
Carlos Lacerda - poesia)






terça-feira, 25 de julho de 2023

REFLEXÃO "A minha reflexão para hoje"

A minha reflexão para hoje.
Começando por este provérbio popular:

“quem guarda o que não presta sempre tem o que precisa”

Respeita, guarda e agradece o que a vida te dá.
O amor guarda-o só para ti. Sê egoísta e não abras mão dele.
Abre apenas o coração e vive-o…
Se são bens materiais,
Guarda-os e usa-os com equilíbrio, sem esbanjar, sem exageros…
Mas ajuda quem deles precisar justificadamente.
A ti mesmo:
Ama-te e respeita-te!…
Aos outros:
Vê-os como se fosses tu mesmo;
com sentimentos, defeitos e virtudes.
Não te exageres em expectativas;
a outra pessoa nunca será como tu.
Não te vanglories pelo que és ou fazes.
Não te compares: Podes fazer muito esforçando-te muito menos do que qualquer outra pessoa que pouco faz e muito se esforça. - Pensa nisto!...
Liberta-te do que não te faz bem.
Rodeia-te de quem gosta de ti como és.
Ama cada e a cada momento que vives.
Só amando poderás ser amado.
Sê Feliz Hoje! (que está um lindo dia)
(Foto Pineterest)





Poema "NO GUME DAS PALAVRAS"


NO GUME DAS PALAVRAS

As palavras são uma corrente,
eterna caminhante, e deslizante.

Elas são mágicas,
são sol, são água, são sal.
São tudo de bem
e são todo o mal.

Sejam condescendentes quando as uso
embrulhadas e imprudentes,
pela imprudência que em mim mora;

pelo que sou hoje
ou pelo que fui,
pelo que quero ser
ou deixei de ser,
pelo que deveria ter sido,
ou somente,
pelo que deveria ser agora.

Perdoem-me as faltas em palavras
e as palavras em falta.
Estas lacunas brutais também me definem.
Às palavras repreendo-as,
aprendo-as, mas esqueço-as
quando de mim fogem assustadas.

Ah… e as palavras douradas que se perdem
nos recônditos esconderijos do meu jeito,
são redondas. Sempre assim redondas…
São elas que me alimentam e definem…
São elas que me rasgam por dentro
quando se evadem do meu peito.

Talvez, talvez…
a razão para que tantas vezes
fique apenas por meias-palavras…

José António de Carvalho, 24-julho-2023
Pintura de António Miranda



sábado, 22 de julho de 2023

Poema " ENQUANTO ISSO…"


ENQUANTO ISSO…


É julho. O sol grita bem alto.
O calor lança-me exausto
na opacidade das coisas;
das coisas triviais do mundo
onde busco algum brilho
entre o sofrimento dos versos.

Depois vêm as aves que gritam,
os cães que gemem pelo calor,
os homens que praguejam e riem....
mal sabem onde estão,
o que fazem,
ou o que querem fazer,
nem para onde vão;
tão pouco, o que são.

Só quero ficar calado
a ouvir o choro do mundo
na minha pobre condição.

José António de Carvalho, 23-julho-2023
Foto de António Miranda





segunda-feira, 17 de julho de 2023

Poema "CANÇÃO A VERMOIM"


CANÇÃO A VERMOIM


Nos dias em que o sol nasce
Vestes linda primavera,
Tão mais verde, tão mais bela...
Sonho que entra p'la janela.

Lá ó longe tens o mar
No delírio das visões
Da tua gente a cantar
A mais bela das canções.

O anil verde do teu manto
Vem do vivo verde mar,
Em gritos de mar sereno
Na voz do povo a cantar.

O azul da tua bandeira
Tem a cor do coração;
Luz vermelha no pincel
Pintando linhas de amor:
Um amor de perdição.

Teu povo bebe a esperança
Canta orgulhoso de si.
No sorriso da criança
Cresce o sonho que afiança
Quanto gostamos de ti.

José António de Carvalho, 17-julho-2023
(Foto da Junta de Freguesia)


Vídeo da declamação do poema
"CANÇÃO A VERMOIM"