quarta-feira, 30 de maio de 2018

Poema "O CAMIONISTA"

CONCURSO - MENÇÃO HONROSA (Poetas de Indaiatuba, FB)


O CAMIONISTA


Ser solitário pela estrada fora,
Carrega no seu fardo todo o mundo.
Seus sonhos perderam o tempo, e agora
Não vê para além da curva ao fundo.


Esse solitário d'olhos despertos,
Vê a nudez do calendário e a tua
Beleza, e vai por caminhos incertos,
Perdendo-se em sonhos, de rua em rua.

Regressa morto, tanta a solidão...
Pró calor dos teus braços e dos beijos.
Não anda em contramão, ou trava o coração.
Mil cavalos velozes de desejos.


José António de Carvalho, 30-maio-2018 (Revisto em 13-maio-2020)
Foto da Internet (O camião)



segunda-feira, 28 de maio de 2018

Poema "NA VEREDA DO DESEJO" (soneto)



Este soneto foi lido por Raúl Tomé (Baltasar Sete-Sóis) no programa "Amantes da Poesia" da Rádio Nova de Vila Franca de Xira.


NA VEREDA DO DESEJO

Na escuridão não me digas quem és
Deixa-me conhecer-te, adivinhar-te…
Colorir tanto a vida, desnudar-te
E tu vestida apenas do que és.

Sim! Deixa-me tão só agradecer-te
O quão importante tu és para mim
Um delicioso afago sem fim
No meu corpo sedento por ter-te.

Não reduzo a importância da palavra
Ou recuso a chegada do sentimento
Se abro a minha alma em cada madrugada.

E tu… sol que ilumina os meus olhos
Cegas mais que a escuridão na noite
No calor escaldante de sonhos velhos.

JAC18C - José António de Carvalho, 28-maio-2018
Foto "Pinterest"








domingo, 27 de maio de 2018

Poema "Entre vales"



Entre vales



Faz-se entre vales por tudo e por nada…
Famalicão entre vales deita-se e acorda
Pujante, serena, aqui e além agitada.
Minha Terra!... Em ti a poesia transborda.

A filosofia de vida do teu laborioso povo
Eleva a tua magistral aura em toda a região,
Para enfrentares desafios neste mundo novo
Baseada em novos saberes na roda da evolução.

Nas encruzilhadas dos teus longos caminhos
Cimentaste firme folha da tua bela história,
Nos teus museus e jardins segues os trilhos
De vida, saber, arte e amor… Isso é memória.

JA18C

Poema "HOJE É DOMINGO"


HOJE É DOMINGO

Acordei cedo. O dia está cinzento
não se presta a passeios nem gargalhadas.
As costas doridas por dormir sentado,
na cama vazia contigo a meu lado;
tão vazia de mim, porque não sou assim.

Gosto de domingos com luz e vida cheia,
que pareçam paisagens e jardins…
de canteiros húmidos, verdes e floridos,
onde as flores sorriam e o amor vagueie. 

O domingo está triste mas vai mudar…
A dor nas costas sairá, as gargalhadas voltarão;
uma música entoará sonho e ilusão
da vida vivida ao som do coração.

José António de Carvalho, 17-maio-2018



segunda-feira, 21 de maio de 2018

Poema "A INCERTEZA E O SONHO"


A INCERTEZA E O SONHO


A natureza exaspera do seu acanhamento,
As cores vivas das flores despertam o sentir,
O teu clamor acirra a chegada do momento
Episódico? Juvenil? O mundo parece explodir.

Se os rios transbordam pela sua abundância
De nascente. O que ocorre se chove mais?
Alagam-se margens, dilaceradas pela ânsia
Da procura do equilíbrio entre elas e caudais.

É neste equilíbrio oblíquo e agudo que procurarei
Ajustar o tamanho do sonho à forma do mundo,
Se o sonho nele não couber, a forma ajustá-la-ei,
O Sonho não sei. Este sentir é muito profundo.

JA18C



quarta-feira, 16 de maio de 2018

Poema "INFLAMAS-ME"


INFLAMAS-ME

Meu vulcão vivo...
Sente-te abraçada
e possuída.

Da paixão arrebatada,
Nas entranhas mimada,
Sente...

Corpo nu e ardente,
A alma cheia,
O coração quente.

Envolvo-me como uma brisa
Na tua alma proeminente,
De Amor
E dedicação.


Ardente paixão!…


José António de Carvalho,  16-maio-2018 (Revisto em 10-maio-2020)

Foto da Internet





segunda-feira, 14 de maio de 2018

Poema "Ser ou não ser"


Ser ou não ser

Não digo que poeta é fingidor,
Pessoa bem o sabe,
No amor e na dor
Não há fumo e arde.

Arde pelo bem e pelo mal…
Pelo sentir exacerbado,
Um sentir tal e qual,
Difícil de ser contado.

Como as cores do arco-íris
Ou das flores do meu jardim,
Cores para todos os sentires
Um ror de amores sem fim.

JA18C




quinta-feira, 10 de maio de 2018

Poema "Fadado ao fado"



Fadado ao fado

Nesta tarde de Sol
Sentado e calado
No mundo, e só.
Assim tenho estado.

Este é o fado
Que nunca cantei
Para aqui fui lançado
Jamais o procurei.

Não visto a saudade
Do que é passado.
Mas vivo na incredulidade
D’um futuro transformado.

E sem a tua poesia
E a doçura das palavras,
Nada mais aconteceria,
Restariam silêncios e trevas.

JA18C




terça-feira, 8 de maio de 2018

Poema "Luz que se apaga"


Luz que se apaga

Estou desanimado e triste,
Tenho esta horrível sensação
De enorme vazio no coração,
Choro. Parece que partiste.

Não sei qual o teu rumo,
Tão pouco quero saber.
A ficar só, prefiro esquecer.
É egoísmo meu. Assumo…

Esta dor mesquinha e surda
Corrói-me por dentro. Minh’ alma chora
Como criança que brinquedo implora,
Mesmo que seja birra absurda.

Desta forma não quero viver.
A minha vida pede a tua presença.
Assim é uma terrível doença
Que me levará a perecer.

JA18C



segunda-feira, 7 de maio de 2018

Poema "Abrigo de Sentimentos"

Abrigo de sentimentos

Segues de vela desfraldada
Entre ondas e vento forte
Em busca de barra amparada,
Lá, uma vez chegada,
Sorrirás da tua sorte.

Quero estar sempre contigo
Ser guia, tua bússola da vida
Teu porto seguro de abrigo
Ombro forte e leve de amigo
Em trajetória jamais percorrida.

Quando a Primavera chegar
Absorve o sentimento da vida,
Farás viagem no meu mar
Experiência jamais vivida.

Vive e saboreia cada momento,
Hoje que o amanhã tornará passado,
O teu barco zarpará para além do infinito
Enfunada a vela do amor que te tenho dado.

JA17C