sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Poema "A NOSSA ACRÓPOLE"

Poema da minha participação na Coletânea “Évora Poesia – Coletânea” - Agosto/2021

A NOSSA ACRÓPOLE


Sonho-te em bravos verões
Com aura celestial
Abrindo em par os portões.
Dos sinos dos carrilhões
Soam hinos a Portugal.

Património mundial,
História por ter nascido
Bem antes de Portugal,
E de forma bem plural
Nele tanto ter crescido.

Tão grande é a nobreza,
Um vulto da nossa história,
Tal é a sua riqueza
Onde passou a realeza,
E nós cantámo-la em glória.

José António de Carvalho


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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Poema "TEMPO EM PALAVRAS"


TEMPO EM PALAVRAS


Encosta o crepúsculo do dia
onde nascem as tempestades
que caem sedosas da lua doirada,
e segura o vento com os teus dedos.
Fere os astros com a alegria da chuva
por deteres a cassiopeia nas tuas mãos.

Os flocos de neve derretem-se nas águas
que escorrem pelos corpos orvalhados,
e imaginam infindáveis destinos na atmosfera
onde as nuvens brancas correm pelo chão
na imobilidade veloz dos corpos abraçados
prestes a esvaírem-se de chuvas quentes.

José António de Carvalho, 22-agosto-2021
Foto de Conceição Silva




quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Poema "FELICIDADE"

LUPA - Academia Contemporânea de Letras - ACL
75º Evento Literário Virtual
A convite de Vania Clares
Tema: Felicidade e Destino



FELICIDADE


Veste-te de brava roseira,
De andorinha leve e franzina,
De espiga colhida e ceifeira,
E de seara pequenina.

Vestes a noite com o dia,
O dourado do sol que vai…
Roubas aos astros a harmonia,
O brilho que da estrela sai.

Irrompes do rio e do mar,
Do lugar mais exuberante,
Como quem vem a velejar
Na pele duma onda gigante.

Que encanto para a minha vida
Que se levanta dos escombros,
E entre a folhagem esquecida
Repousa leve nos meus ombros.

José António de Carvalho, 18-agosto-2021
Pintura de António Miranda - Grupo de Artistas Arte Celano





sábado, 14 de agosto de 2021

Poema "DIAS QUE NÃO VOLTAM"


Participei com este poema no programa Livro Aberto da RVA, de Ana Coelho, emissões de 13-agosto-2021.

Poema lido hoje, sábado, dia 14-agosto-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria e apresentação de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

Este poema incorpora 15 palavras de um poema de Pedro Tamen, e é dedicado às festas da Nossa Senhora do Rosário, Vermoim, que nestas duas últimas edições cumpriram com as restrições devido à pandemia Covid-19.


DIAS QUE NÃO VOLTAM

Os sons vinham de todas as partes.
A andorinha desenhava círculos no céu,
E parecia que o mundo cantava…

As crianças não mediam gargalhadas,
Enquanto os velhos riam das próprias sombras,
A alegria pulava no rosto destas gentes,
Crescia a razão para que a vida é feita…
Era o único dia de vida perfeita,
Era o dia da festa da nossa terra.

Hoje, mais conscientes, mesmo assim,
Somos os algozes de nós mesmos…
A vida e o planeta definham aos dias
Definindo-nos cada vez mais reduzidos.

O estudante de teologia carrega o missal;
Os homens seguem na frente do pálio,
E consigo, lá vão arrastando o tempo…
Na procissão do tempo que nunca se repete,
Em que desatam, um a um, os nós de vida lassa
Levando o pó do fermento que descompromete
Aquele tempo que anda e sempre passa.

José António de Carvalho, 09-agosto-2021
Foto do Andor da N.ª Senhora do Rosário, Igreja Paroquial de Vermoim, VNF






segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Poema " NINHO DE AFETOS"

Participei com este poema no programa Livro Aberto da RVA, de Ana Coelho, emissões de 30-julho e 06-agosto-2021.

Poema lido hoje, sábado, dia 07-agosto-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria e apresentação de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

Participei com este poema no 74º Evento semanal cultural da Academia Contemporânea de Letras - LUPA, que decorreu de 09 a 14 de agosto 2021.


NINHO DE AFETOS

Como desejo ver o sol entre a folhagem,
Rasgar o rio na foz p’rá outra margem,
Encantar o pardal que canta no jardim,
Sentir o teu peito no meu, abraçar assim…

Ter um amigo, um irmão, é uma açucena
A acenar à vida um amor p'rá vida eterna.

Quero o amor, a amizade, sempre de mãos dadas:
Nas casas, nos campos, nas ruas, nas estradas;
A cantar na praia desse mar que há em mim
Razão da vida p’ra ter-te até ao fim.

José António de Carvalho, 02-agosto-2021





quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Poema "ANTES DE MIM"

Poema lido hoje, sábado, dia 07-agosto-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria e apresentação de Manuel Sanches e Suzy Mónica.



ANTES DE MIM


Olho a bússola de frente,
Peço-lhe que me oriente
Neste plano inclinado,

Que me diga onde beber
Onde nasce a minha fonte,

Para que possa crescer
Onde crescem as asas
P’ra voar no horizonte.

Assim voo e cresço
Ando de estrela em estrela
E no sossego permaneço.

José António de Carvalho, 04-agosto-2021
Pintura de Ícaro - Wikimedia


(...)
Após a morte do Minotauro, Dédalo ficou preso, juntamente a seu filho, no labirinto. Então construíram asas artificiais a partir da cera do mel de abelhas e penas de pássaros de diversos tamanhos, moldando-as com as mãos para ficarem como asas de verdade. Dessa forma, conseguiram fugir do labirinto. Antes, porém, alertou ao filho que não voasse muito perto do Sol, para que não se lhe derretesse a cera das asas, e nem muito perto do mar, pois este poderia deixá-las mais pesadas. No entanto, Ícaro não ouviu os conselhos do pai e, tomado pelo desejo de voar próximo ao Sol, acabou por se "despenhar", caindo no mar Egeu. Afogou-se, por fim, na área que hoje leva o seu nome, o Mar Icariano perto de Icária, uma ilha a sudoeste de Samos. (...) (Fonte: Wikipedia)








domingo, 1 de agosto de 2021

Poema "ASAS"

Participei com este poema no programa Livro Aberto da RVA, de Ana Coelho, emissões de 16-junho e  e 23-julho-2021.

Poema lido hoje, sábado, dia 31-julho-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria e apresentação de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


ASAS


Desse teu gesto de querubim
Despontaram sombras de sorriso,
E que ainda hoje me recordo assim
O que antes parecia impreciso.

E quando as bocas emudeceram
Os breves momentos que calámos
Na doçura de um beijo nasceram
Coloridas asas que sonhámos…

Brotaram chicotes no momento,
Apogeu do instante em que morremos
P'ra subir da terra com alento,

Num pregão surdo a romper o vento,
Com todo o amor nos oferecemos
No que de mais intenso vivemos
Desse voo de outrora, só nosso…

José António de Carvalho, 15-julho-2021