sábado, 27 de março de 2021

Poema "DE UMA, DUAS…"

Este poema foi lido, ontem, 27-março-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica, sob o tema da mudança para o horário de Verão.

DE UMA, DUAS…

Voltei a cara, voltei as costas,
devagar, devagarinho,
para ir pra casa, ir embora,
pra ficar triste e sozinho,
preso pela noite fora.

O jantar veio prá mesa,
ainda olhei p’la janela,
ainda vi o sol a sorrir,
oh, mas que tela tão bela...
nunca deveria fugir.

Mas como tempo melhora
com a nova primavera
ao dia damos uma hora.
enquanto a noite espera
e não irei já embora.
ah, que saudade sincera…

E para minha surpresa
recordei tempos passados,
de brincar até às dez
em dias apaixonados…
mas se às duas por três,

vai que se acaba a beleza
e lá vem tudo outra vez,
volta de novo a tristeza,
outro sonho se desfez:
atrasa a hora outra vez.

José António de Carvalho, 26-março-2021
Foto da internet



domingo, 21 de março de 2021

Poema "POESIA, O QUE TE DOU?"

A minha participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão das sextas-feiras, 19 e 26-março-2021, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites", Tema: "Poesia, o que queres tu?".

Os poemas alusivos ao Dia Mundial do Livro e enviados para este programa da RVA foram editados em livro, dando lugar a uma pequenina mas significativa Coletânea de Poesia, de 46 autores.

Participei com este poema  no XXXVI Encontro de Poesia do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, tema: "Fale com seus versos em liberdade", a convite da amiga Nilma Soares.



POESIA, O QUE TE DOU?

Ai se eu soubesse o que te enche de vida…
faria caminho em secos desertos,
romperia céus em palavras redondas
para não ferir puros sentimentos.

Soubesse eu o som das tuas melodias,
que as manhãs cantariam radiantes
em cânticos de encantar os meus dias,
beijaria mares de sobressaltos
e calaria as dores das angústias.

Soubesse eu as sílabas que pronuncias
entre lábios, as tónicas do verso,
silêncios das palavras que anuncias
a sorte do poema ainda no berço.

Assim, por mais que queira, diga ou faça,
velha alma sempre cai em graça ou desgraça,
gume de faca com que o vento traça
e corta a meio o sonho, a fantasia,
a asa que te faz voar, poesia… 

José António de Carvalho, 17-março-2021


https://youtu.be/hQmTmgzKKIc













sexta-feira, 19 de março de 2021

Poema "RECORDO-TE PAI…" (DIA DO PAI 2021)


RECORDO-TE PAI…

Ainda me gela o sangue nas veias
Ao sentir esta saudade adormecida
Que nos vãos dos dias eclode
E me fere até aos ossos.

Ah… Pai, que saudade…
Que as canseiras dos dias
E a inconstância da vida
Vai forrando a branco
Esta negrura com quem luto
Todos os dias.

São lutas vãs
Lutas sem o menor sentido
Se pensar que para o fim tudo é atraído
Pelo tempo que se vai repetindo.
E quando não se repete
Mais rápido vou indo.

José António de Carvalho, 19-março-2021
Foto da minha autoria



segunda-feira, 15 de março de 2021

Poema "VOOS IMPOSSÍVEIS" - Antologia "LIBERDADE", Edições Chiado

Este poema foi lido no sábado, dia 24-abril-2021 (véspera da comemoração 47º aniversário da revolução de Abril de 1974), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

Liberdade — Antologia da Literatura Livre | Vol. II

VOOS IMPOSSÍVEIS


Ela morre nua dentro das coisas
em sonhos que nunca se desenvolvem,
fica presa na retina dos olhos
onde se geram as asas que morrem,
encolhe-se em abraços imaginados
atormentados na pobreza contida
dos pratos de fome em que é servida.

Ela cresce e extingue-se em mãos de luz
no feito do ideal que se desfaz,
no retrato do homem que se reduz
e nas cinzas dum tratado de Paz.

Ela baila no colo da ciência,
rodopia no pé da fantasia,
falece e cai em funda letargia,
veste-se deusa em primavera florida
guardando o arco-íris em corpo febril,
na linha do sonho e tão só do sonho
de viver a liberdade contida
nos rubros dias nascidos de Abril.


José António de Carvalho, 13-março-2021
Foto da Antologia "Liberdade II" (2021)












José António de Carvalho 00:05 (há 13 horas)

Caros amigos da literatura - Chiado Editorial
Junto o poema para a antologia em assunto.
Votos dos maiores sucessos.
Um abraço.
José António de Carvalho



Antologia // CHIADO BOOKS

10:04 (há 3 horas)
para mim


Caro José Carvalho,

Agradeço o envio do seu trabalho para o II Volume da Antologia Liberdade.

Após a apreciação do mesmo tenho muito prazer em informar que o seu trabalho foi selecionado para constar desta obra.

Assim que tivermos mais informações relativas ao seu lançamento, dar-lhe-emos essa informação.

Despeço-me, mais uma vez, agradecendo a sua preciosa participação.
Saudações Literárias,

Florival Gonçalves
Coordenador Editorial

CHIADO BOOKS
Break Media Group




Depois da apresentação da Antologia "LIBERDADE" o poema será aqui publicado..

segunda-feira, 8 de março de 2021

Poema "ASSIM MULHER" - Dia Internacional da Mulher 2022


ASSIM MULHER


Há um bosque, uma selva
uma larga pradaria
nesse rio de alegria
nesse mar revolto
ou nas águas paradas
na mais perfeita harmonia.

Há um nascer de sol
uma brisa na manhã,
um dia a meio do dia
se a tarde é infinita,
ou a noite tão intensa
como subir a montanha
mais íngreme e imensa,
e relativiza qualquer dor
enquanto Mulher e Ser
de qualquer canto e cor.

Há um recuo, uma oscilação,
um pequeno avanço, um pulo,
um sair desfiando do casulo
no frémito de nova geração.

Há um mar sereno
no peito que foi rasgado
no âmago de quem crê
que o tempo é passado,
mas o tempo é presente
um presente com futuro
que passará a reconhecer
a alma de SER MULHER.

José António de Carvalho, 07-março-2021
Pintura a óleo - Pinterest



sábado, 6 de março de 2021

Poema "TEATRO DOS DIAS"


TEATRO DOS DIAS


Passadas as tormentas dos enredos
o argumento desenrola da peça,
É como um tapete mágico esquivo,
Fugidio, na linha do vento norte,
Que sopra sempre em arrepio forte.

Há noites que são claras como dias,
Dias que vestem o negro da noite,
São como fruto vermelho sombrio
Se o novo sol é menos luzidio.

Passo a minha mão leve p'lo teu lado
Nesse mar que se encolhe e adormece
Sempre que chegas na sombra da noite
Tomada p'lo jeito do mesmo enfado,

E se outro dia for noite é fado,
Se for só dia, vai… e desaparece.

José António de Carvalho, 05-março-2021
Pintura a óleo, Pinterest



quinta-feira, 4 de março de 2021

Poema "ABRAÇAR O FIM DO DIA"

Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, XXXIII ENCONTRO PÔR DO SOL, a convite de Nilma Soares.


ABRAÇAR O FIM DO DIA

Supus-me pondo em lado nenhum
Os sonhos que me dominaram,
Em tuas mãos cheias de jejum
Do sol que minhas mãos douraram.
Ah, meu pôr de sol loiro de março
Que trazias nos olhos o mar
Tanto me deste e depois tiraste
Como quem tirou para a outro dar.
Arrepiei os caminhos da memória
Em juras de quem nunca ganhou,
Mas ganhar mais do que só ganhar
É voltar novamente a abraçar,
Corpo dum mundo que confinou.

José António de Carvalho, 02-março-2021
Pintura A Óleo Diy Por