segunda-feira, 29 de maio de 2023

Poema "QUERIDO IRMÃO"

Este poema será lido no programa "As nossas Raízes" (Rádio Cidade Hoje, 94 FM) de Manuel Sanches e Suzy Mónica, hoje, 03-06-2023, a partir das 18 h 05 m.



QUERIDO IRMÃO

Algo de indecifrável veio
nas nuvens negras do além.
Talvez um adamastor indomável
a erguer-se no meio do mar
para enegrecer este domingo,
mas também para te libertar.

“Não separe o Homem o que Deus uniu”
Qual quê?... O Homem separa!

Não!… A nós, o Homem não separa:
Sangues do mesmo sangue,
Almas da mesma Alma;
nem agora porque tu partiste
quando a Primavera chegou.

Foi tão só um ciclo que se fechou,
o nascer de nova dimensão;
um desvario dos nossos caminhos
que algum dia se reencontrarão,
e o sangue do mesmo sangue,
Viverá.

Um até breve, ou até já…
Ninguém o sabe, nunca se sabe.
E agora sob o manto da saudade,
nas tantas voltas que a vida dá,
cuidarei do amor por ti, meu irmão,
porque esse… jamais morrerá!

José António de Carvalho, 28-maio-2023





sexta-feira, 19 de maio de 2023

Poema "CERCO"


Escrito num início de tarde de maio, com sol e algum vento, ouvindo “Paradise” dos Coldplay, que deram concerto 
em Coimbra no final da semana passada
.


CERCO

E por aqui me aperto
No meio deste cerco
Que em ti eu me fiz.
É o coração que mo diz.

E, tendo-te por perto,
tendo-me eu dentro,
colado ao teu peito,
sinto alto este alento
que nos mantém
para irmos muito além.

Seremos felizes…
E eternos aprendizes
nestas coisas de nos darmos.
Ainda mais quando estamos
pousados nos mesmos ramos
como nunca e ninguém…

José António de Carvalho, 18-maio-2023
Foto de Conceição Silva






terça-feira, 2 de maio de 2023

Poema "AETERNUS AMOR"


AETERNUS AMOR

Ah!... que saudade tenho
De ver o sol a nascer.
Dizer-te de onde venho
Para me encontrares.

Recomecemos a correr
Que chegou a primavera.
Abraçar-te se puder ser
Que o tempo é tão cruel.

E a Incerteza que nos espera
É como andar no deserto
Numa ânsia desmedida
De tornar certo o incerto,

Pedindo a maior sorte
E viver mais que o tempo,
Jovem amor em velha vida,
E torná-lo na nossa medida…
Tão puro que resista à morte.

José António de Carvalho, 02-maio-2023
Quadro "Pinterest"



Poema "SURDOS TEMPOS"

Poema meu e o quadro da pintora Hermínia Cândido que estiveram ligados ("uma imagem vale mais do que mil palavras") na Expoética, Braga-2023.

Coordenação de Fernanda Santos, Organização da CM Braga e Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.

A todos o meu maior agradecimento. 



SURDOS TEMPOS

Gritam os poetas
com a alma a sangrar,
e coração a rebentar
de ilusão sem cor;
de pensar tão somente
que o amor não é fantasia…

Gritam os poetas
para surdos ouvidos,
que se destruam armas
e calem gemidos
das guerras concretas;
que se abram os olhos
para as outras discretas.

Pare-se a destruição,
os abusos de poder!

Que se faça do planeta
centro de vida, a nação
para se fruir e respeitar,
a alma que nos faça sorrir,
nascer, prosperar, crescer…

Crescer… e crescer…
E nunca para morrer!!!

José António de Carvalho, 06-fevereiro-2023
Pintura de Hermínia Cândido, Expoética, Braga-2023