terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Poema "VELHO OU NOVO"


VELHO OU NOVO

Venceu-me tão completamente 
Um ar negro de letargia,
Por mais um ano que se finda
E p'lo que no ano se passou…
Pergunto: Quantos viverei ainda?...

Só sou quem eu sou, mal ou bem,
Perdi dos olhos a alegria
Vejam bem como é que estou,
Rindo da esp'rança que não vem
No caminho por onde vou.

Peço assim no particular
Pra todos em geral, também,
Que seja um ano especial
Com saúde, um bem singular…
E não falte o amor a ninguém!!!

José António de Carvalho, 28 de dezembro-2020
Foto de Conceição Silva



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Poema "MAIS UM ANO" (Acróstico)



MAIS UM ANO



Foi-se sem mais voltar,

Impensável no jeito,

Miserável para amar.



Desligou-se do peito

Enlaçado na maior dor,



Aninhou-se na alma

No meio deste deserto.

Outro ano chegará… é certo!

 

José António de Carvalho, 28-dezembro-2020

Pintura de Mendes da Costa Belmiro (Arte Celano Grupo de Artistas)




sábado, 26 de dezembro de 2020

Poema "NESTE NATAL"


NESTE NATAL

Os sinos soaram baixinho
Tementes do frio da noite,
As melodias ouviram-se mal
Pelos cortes nas lembranças
Do mágico toque do sininho.

As prendas caíram em açoite
Como se fosse um vendaval,
Assustaram tanto as crianças
Que choraram muito baixinho
Como se não houvera Natal.

José António de Carvalho, 26-dezembro-2020
Pintura de Nick Ghafari (in Arte Celano Grupo de Artistas)



domingo, 20 de dezembro de 2020

Declamação do poema "CANÇÃO FORA DE TOM"


CANÇÃO FORA DE TOM 

Não tenho letras para a letra, 
Nem a varinha de condão 
Para descobrir o teu beta 
E cantar contigo a canção. 

Pergunto ao vento que sopra 
O refrão da nossa canção. 

O som sai no tom mais confuso 
Quando vibram as cordas lassas 
Como roca tonta e sem fuso 
Quando quero ver-te e não passas. 

Pergunto ao vento que sopra 
O refrão da nossa canção. 

Carrego o dedo nesta nota, 
alto tom para a ocasião, 
Nesta batalha não há derrota 
Mais cruel para o coração. 

Pergunto ao vento que sopra 
O refrão da nossa canção. 

José António de Carvalho, 02-dezembro-2020





sábado, 19 de dezembro de 2020

Texto "E AGORA QUE É NATAL… "


E AGORA QUE É NATAL… 

Fiquei atrapalhado sem saber o que escrever. Talvez por este Natal apanhar toda a gente desprovida dos sentimentos natalícios a que nos fomos habituando ao longo da vida. 

Talvez andemos todos amedrontados e ansiosos, meios escondidos nas sombras, espreitando, aqui e além, pelas frestas dos dias, a Luz que queremos manter acesa. 

Depois… há infindáveis fios dourados pendurados no presépio do Homem que são necessários cortar. E virão ao de cima as linhas negras que a humanidade, ao longo dos tempos, fiou com desprezo na máquina do saber, e do vencer. 

Já tenho dúvidas se este Natal não será mais verdadeiro do que todos os outros. Se este Natal não nos irá redesenhar na nossa real dimensão. 

Se assim for, sentir-nos-emos pequenos, escondidos de nós mesmos e do inimigo que nos quer matar. Tal como o menino Jesus nasceu: Pequeno, Indefeso e Escondido. Mas deixando-nos como exemplo a magnanimidade e humildade ao longo da sua Vida. 

A isto chamaremos Caminho e Luz. E assim, sobreviveremos, e viveremos com Amor este Natal.

José António de Carvalho, 10-dezembro-2020
Certificado do programa "Livro Aberto"  de Ana Coelho - Rádio Voz de Alenquer 






sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Estamos muito perto das 50.000 Visualizações do Blog. CLIQUE AQUI...



Números e representação gráfica.

Em 08-abril-2021 temos um total de 44.206 visualizações do blog, essencialmente oriundas do nosso país (54,7%), depois segue-se o Brasil com 16,4%, decréscimo acentuado nos últimos meses, USA com 16,2%, representa uma subida do número acessos ao blog. O maior destaque de aumento das visualizações vai mesmo para a vizinha Espanha, seguida do Canadá e EAU.



Representação gráfica












quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Poema "ISOLAMENTO DE NATAL" (E-book de Natal 2020 do Solar de Poetas)



Primeiro poema da minha participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa.
Agradeço aos amigos das letras Rosa Maria Santos e José Sepúlveda a oportunidade concedida pelo terceiro ano consecutivo.


ISOLAMENTO DE NATAL


Vou sonhar com uma linda estrela
Que de longe virá visitar-me,
Será entre as outras a mais bela,
Por eu estar só, virá consolar-me.

Este Natal sem nada, vazio,
A lembrar a árvore despida.
Sem amor, fugiu, esse vadio,
Com os elos que ligam a vida.

A lareira matará o frio,
Na entrada pelo postigo aberto,
Comendo da noite esse ar sombrio
Que a alma carrega pelo deserto.

A estrela prosseguirá no céu,
Luz num mundo desafortunado,
Mostrando o caminho que é seu
Pra quem sofre um Natal confinado.

José António de Carvalho, 30-novembro-2020
Foto do Certificado de participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas 
Foto da internet







sábado, 12 de dezembro de 2020

Poema "PERGUNTAS E PINHAS DE NATAL" e-book Solar de poetas

Primeiro poema da minha participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa.
Agradeço aos amigos das letras Rosa Maria Santos e José Sepúlveda a oportunidade concedida pelo terceiro ano consecutivo.


PERGUNTAS E PINHAS DE NATAL

Interrogo o vento p'la direção,
A chuva incessante que faz a cheia,
O frio que leva os dedos da mão.

Interrogo por que as secas esmirram
Esse silêncio nas bocas cerradas
E lágrimas que nos olhos espirram.

Interrogo toda a mente egoísta
P'lo materialismo exacerbado
No tenebroso culto do "eu" endeusado.

Interrogo da beleza da flor
Qual a razão p'ra haver gente sem pão
Ou qualquer Natal sem ninhos de amor…

José António de Carvalho, 21-novembro-2020
Foto da internet
Certificado de participação no e-book



quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Poema "CANÇÃO FORA DE TOM"

Participação no XXII Evento de Poesia "Encontro Pôr do Sol" do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, a convite da amiga das letras Nilma Soares. 


CANÇÃO FORA DE TOM

Não tenho letras para a letra,
Nem a varinha de condão
Para descobrir o teu beta
E cantar contigo a canção.

Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.

O som sai no tom mais confuso
Quando vibram as cordas lassas
Como roca tonta e sem fuso
Quando quero ver-te e não passas.

Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.

Carrego o dedo nesta nota,
alto tom para a ocasião,
Nesta batalha não há derrota
Mais cruel para o coração.

Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.

José António de Carvalho, 02-dezembro-2020
Foto minha (António Zambujo e Banda, Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão)







segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Poema - "A CAMINHO DO OURO"


A CAMINHO DO OURO

Abre-se a porta do precipício, 
Numa descida desenfreada, 
Homens que trabalham em mau ofício, 
Lâmpada na cabeça apagada, 
Indo só a caminho do auspício.

Lá vão assim, esquecidos da morte,
Perfurando a vida sem seguro,
Com sofrimento fazem a sorte
Nessa fonte que brota do escuro
E que a sua nascente não aborte.

Pela sombra de cada rochedo
Onde desliza a água mais pura,
A pedra mais dura é o medo,
Meio de transporte prá loucura
Perdido na busca dedo a dedo.

A procura um dia há de findar
Entre os lingotes que a vida tem,
Que nos leva ou deixa no lugar,
Sem crer que na saída haja alguém
Que da mina nos queira tirar.


José António de Carvalho, 26-novembro-2020
Foto de uma mina em Cracóvia, Polónia







domingo, 29 de novembro de 2020

Poema "ASAS DE OURO" - Concurso "Fado e Letras (Homenagem à Diva do fado, Amália Rodrigues)

O meu poema foi vencedor (ex aequo Alberto Cuddel e Ana Júlia Casimiro)

O evento foi apresentado e moderado por:
- Ana Coelho (RVA)
- Maria Eugénia Ponte (Escritora e co-fundadora do Grupo AlenCriativos)
- Helena Assunção (Biblioteca de Alenquer)

Elementos do júri:
* Ana Pita Vasconcelos
* Helena Assunção
* Augusto Sousa


ASAS DE OURO

Pobre e nobre do Fundão
Onde o tempo mais castiga
Não registada no balcão,
Mas lá nasceu a rapariga.

Mais tarde cinco verões
Num assento de Lisboa
Nasceria prás canções,
Fado “penas” e “malhoa”.

Bem cantou o grande Camões
D. Dinis, Ary, O’Neill e Alegre,
Mas pra tão lindas canções
Um simples poeta serve.

A nossa diva do fado
Que voou por todo o mundo
De sentimento amarrado
Arrancado bem do fundo

Do peito deste país.
Um firme grito no estio
Com cetro de imperatriz:
Povo que lavas no rio…


José António de Carvalho, 19-novembro-2020
Foto de Amália Rodrigues



https://www.facebook.com/100000207183844/videos/4123218201028379

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Poema "SOU DE NADA" (Versão II)

Poema de participação no XX Encontro Pôr do Sol, do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia.

Este poema foi lido, no dia 14-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


SOU DE NADA


Para escrever preciso estar feliz.
Quando estou triste, choro. Faz-me bem.
Só escrevo o que o coração me diz
Mesmo sem o dizer a ninguém.

Sei que ninguém me irá acreditar,
Mas o que o meu pobre coração diz
É para que eu viva e seja feliz,
Embora pra isso precise de amar.

Amar sem aspas e sem reticências,
Vírgulas, traços e pontos finais,
Na escrita das maiores evidências
De um amor que atravessa vendavais.

Propus-me vivê-lo enquanto pudesse…
Bem sei que esse amor não voltará mais.

JA13C (Poema reformulado
José António de Carvalho, 18-novembro-2020)
Foto: JA13C (Estátua no Funchal, Ilha da Madeira)





sábado, 14 de novembro de 2020

Poema "O OUTRO LADO"

Este poema foi lido, no dia 14-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

O OUTRO LADO

A luz do sol viu-a na Hungria
Em França morreu, a oito novembro
Pra se festejar hoje o dia
A onze, S. Martinho, relembro.

Forçado a militar romano
Cedo a Cristo se converteu
Cortou a sua capa de pano
Ó mendigo uma parte deu.

Pouco lembramos da história
Mantém-se a tradição pagã
Sendo apagada da memória
A sua obra na fé Cristã.

Resta-nos desse S. Martinho
As castanhas e bons magustos
Água-pé e provas do vinho
E bom comércio prós astutos.

José António de Carvalho, 14-novembro-2020
Foto “ordinariato castrense”




quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Vídeo da declamação do poema "VERMOIM, MINHA TERRA"



Poema de José António de Carvalho

Poema "LÁGRIMA SOLITÁRIA" e Vídeo da declamação


LÁGRIMA SOLITÁRIA



Esse leve cristal ancorado no maior desencanto,
parado na sua nudez à luz do sol, no olho, ao canto.

Juntou-se a outros e outros, tantos mais cristais…
vestiu-se com traje único, de uma só lágrima.

Abandonou a casa húmida e evoluiu desorientada,
deslizou aturdida pelo meio dos enredos do corpo.

Desse corpo vertido numa montanha invertida,
e quanto mais ela descia, mais frio 
ainda sentia.

A lágrima nua, num corpo tão nu quanto ela,
caiu sobre o sapato negro, espelhante e congelou.
O sapato que cobria um pé tão nu quanto o corpo.

E a lágrima aí permaneceu só, congelada e fria. 
Tão fria até à chegada de nova primavera ao coração.

José António de Carvalho, 11-novembro-2020
Foto da internet





segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Vídeo da declamação do poema "OS FRACOS", de José António de Carvalho




Este meu poema integrou a Antologia poética "MIMOS DE MARÇO" Que teve a coordenação de Ana Maria Bessa e de João Carlos Brito

O Vídeo da declamação deste poema mereceu uma menção de destaque pela "Accademia Poetica Mondiale "ERATO" Portogallo", através da laboriosa amiga das letras Rosa Céu.



sábado, 7 de novembro de 2020

Poema "AS VOLTAS DA VIDA"


AS VOLTAS DA VIDA

Ando às voltas na vida
Pra ver se encontro saída

Ando às voltas no fundo
Da vida deste submundo

Ando às voltas e presumo
Que encontrarei um rumo

Ando às voltas a cada dia
Na busca de laivos d’alegria

Ando às voltas e mais voltas
E deixo as pontas da vida soltas

Ando às voltas, e qual a razão?
São voltas envoltas no coração,

Dos caminhos retorcidos ou não
Ninguém o saberá com precisão.

José António de Carvalho, 06-novembro-2020
Quadro de Ricardo Martins – ARTE CELANO, GRUPO DE ARTISTAS



quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Poema "NÃO POSSO DIZER"

Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia
LlV Encontro Pôr do Sol - Realizado a 26-08-2021
Tema: Na presença do luar, jurei amor eterno
A convite de Nilma Soares

NÃO POSSO DIZER


Era para te dizer, mas não digo.
Porque a cada palavra proferida
Falhar-me-á a voz, e não consigo
Dizer: És a mulher da minha vida!...

Queria dizer-te, o que nunca disse,
Que o amor tem a beleza duma flor,
Que a paixão é como luz a extinguir-se,
E que, amor, faz boa rima com dor.

José António de Carvalho, 04-novembro-2020
Pintura de Madalena Macedo (ARTE CELANO – GRUPO DE ARTISTAS)




segunda-feira, 2 de novembro de 2020

ESTAMOS A PRATICAMENTE 15 MIL VISUALIZAÇÕES DAS 50.000

ESTAMOS COM 34.943 VISUALIZAÇÕES DO BLOG

Estamos a 15.057 das 50.000, e do sorteio do terceiro
livro de poesia e fotografia "Sente, Logo Vives e Sonhas"

Record de visualizações do blog em setembro
3.353 Visualizações





Um enorme obrigado a todos que acompanham o blog e leem os meus poemas.
Bem-hajam!

Um abraço a si! 






sábado, 31 de outubro de 2020

Poema "COM MÁSCARA NO HALLOWEEN"

Sarau de Halloween
Tema: Dia das Bruxas
Convite de Cristiano Múrcia

Participação também em 31-10-2020, no Sarau organizado pela Grupo Poético ALIPE.


COM MÁSCARA NO HALLOWEEN 

Desconfio em todos os dias,
Característica que me define,
Há quem tenha grandes alegrias
Na mágica noite de Halloween.

Fico em casa a escrever, e ler
O que escrevem sobre este dia,
Mas é pelo Covid-19 temer
Porque não é nenhuma fantasia.

Quem sabe se isto melhorará
E pró ano se fará grande festa
Se esta pandemia terminará
P'ra contar a população que resta.

José António de Carvalho, 31-outubro-2020
Foto net




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Poema "HOJE VI O SOL"

Este poema foi lido, no dia 11-dezembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


HOJE VI O SOL


O Sol estava curioso e claro,
A espreitar com o seu ar vigilante,
Mas triste, cedeu o lugar às nuvens
E ficou em lágrimas, nesse instante.

Com um ar perplexo, entristecido
Ausente. Espreitava aqui e além
Naquele ar duro de foragido
Pra não ter que abraçar ninguém.

E vi esse Sol curioso e claro,
Com sorriso que nunca se viu,
Sentiu esta tristeza que trago
Virou as costas e foi, lá partiu.

Oh… Sol quente da minha vida…
Soubesse eu que amanhã te veria,
Teria grande explosão de alegria
Como se não houvera essa partida.

José António de Carvalho, 28-outubro-2020
Foto de Conceição Silva




Poema "A FUGA"



A FUGA

 

Foges-me e eu procuro-te.

Andas à procura de sonho e flores,

e nem sequer me vês. Mas revelo-te,

que sempre que te digo ao ouvido,

nesse arrepio que terás esquecido,

Que bebo as nossas noites de amor.

 

José António de Carvalho, 01-maio-2020

Foto da Lua - da minha autoria



segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Poema "CAMINHO"

A minha participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 13-novembro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites", Tema: A Luz do Caminho.

CAMINHO


As minhas pressas
alimentam-se de lentos erros
e enganos que a vida engana e perpetua.

Nunca tive tanta pressa
na lentidão que me assola,
e faz-me correr estupidamente para o fim.

Para o fim do momento,
para o fim do aprazível,
para o fim do conforto,
para o fim de tudo, 
porque tudo tem fim.

Tudo será cinzento e frio…
dor, lágrimas, dúvida, angústia…
Pelo meio há um leve esboço de sorriso
já esquecido no tempo.
Essa é a beleza do Outono.
Uma beleza que se estende ao frio.

E como o poema
caminha para o fim
e não rima com nada,
e porque o fim, sim,
esse é que rima
porque é a derradeira verdade...
FIM…

José António de Carvalho, 26-outubro-2020
Foto de Conceição Silva




sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Poema "VOO DOS VERSOS"

A minha Participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 30-outubro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites". (com a obrigatoriedade de introduzir dez palavras do poema de Ana Harthely "QUE É VOAR")


VOO DOS VERSOS

Só saberei que os meus versos são livres,
Mais livres que o pássaro quando voa,
Numa infinita fome de voar,
Nos mais incríveis voos levantar.

Não quero ter um voo inconsistente
Que se dobra a pequena ventania,
Que se perca em labirintos da mente
Ou nos patíbulos da hipocrisia.

Sonho esse voo reto, independente,
No sentido da vida, sempre em frente,
E não se encolha na monotonia
Que mata, esmaga o peito, que asfixia.

E ao chegar a manhã separada
Como transitório entre Sol e Lua,
É momentâneo o ponto da alvorada
Com a noite a extinguir-se clara e nua.

Mas quando a poesia sai à rua,
Tem o sentir do partir na chegada
Que nas tristes lágrimas se acentua
A vontade de da rua voltar.

José António de Carvalho, 22-outubro-2020
Pintura Arte Celano Grupo de Artistas





segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Poema "À VOLTA DO TEMPO"


À VOLTA DO TEMPO



Volta e meia, meia volta
São duas voltas pra dar
A ilusão já não se solta
Não tem asas pra voar.

Meia volta, volta e meia
Anda o coração a chorar
Sem ter luz, nem a candeia
e sem forças para andar.

E quando dá meia volta
Naquele corpo de fuso
Na sua penumbra envolta
Volta e meia a que me escuso.


José António de Carvalho, 19-outubro-2020
Pintura de Hermínia Veríssimo



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Poema "DIAS DE OUTONO"


DIAS DE OUTONO

Este Outono graceja pelos dias
aprazíveis, com risos de debiques
nas noites frias de franjas sombrias
no fio ardente, filho de alambiques.

Tem aspeto de raposa faminta
fascinada pelo rasto da presa
que por muito que no olfato a sinta
preferirá as castanhas à mesa.

O vinho desliza e ocupa altos copos
corando o vidro, e num ar meio tonto
traz alívio das memórias dos mortos
num dia de glória para os defuntos.

Olham para as estrelas os presuntos
enroscados numa corda pelo osso
vai correndo por entre outros assuntos
ou da água que ainda falta no poço.

E no tiritar de frio das árvores
magras no jeito e todas depenadas
são já lembradas em tíbios alvores
os sonhos, filhoses e rabanadas.

José António de Carvalho, 14-outubro-2020
Pintura de Madalena Macedo (Arte Celano Grupo de Artistas)





segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Poema "AMAR TECNO-LOGICAMENTE…"

Este "poema" foi feito para participar no VI SARAU VIRTUAL DO DIA DAS CRIANÇAS, organizado pela CONFRARIA DE LITERATURA & ARTES, a convite de Isa M. A. da Silva.


AMAR TECNO-LOGICAMENTE…


Quando te dás “tecno-logicamente”
Entregas-te com fervor a um écran,
Duvido que fiques bem intimamente,
Se quase tudo é resultado da tua mente,
Numa história, com história, irreal e vã.

Com os carateres + ou – marcas o coração
E pões no teu corpo o sangue a pulsar.
Se o calor libertado pelo computador
Tem os teus dedos prontos a captá-lo.
Esses que, num ápice, podem apagá-lo.

Se trocas emoções através de um táctil
Cada vez tocas-lhe com maior avidez,
Onde tudo se torna muito mais fácil,
Porque se a tecnologia o amor pode ajudar
Pode também torná-lo na maior estupidez.

José António de Carvalho, 10-outubro-2020
Foto da internet






sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Poema “CAMINHO VÃO”

Este poema foi lido, no dia 10-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


CAMINHO VÃO 

Sei bem de onde venho,
Mal sei tudo o que vivi,
É pouco, mas isso basta,
Se mais nada que nada tenho.

Não sei a razão por que vim
Neste trilho cortado ao meio,
Nunca vislumbraria o fim,
Este fim que afinal veio.

Não sei por que sorri.
Mas sei por que caminhei.
Também sei o que passei.
E tu sabes que eu sei.

Deixei-me cair no andar,
Entrar num mundo seco.
Ainda sou aquela folha a voar.

Andei por searas a sonhar
Sentindo um mar a subir,
Mas as asas tive que cortar
E não fingi a dor ao cair.

Sou quem não sabe fingir.

José António de Carvalho, 08-outubro-2020
Foto Google





sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Poema "NA RUA DO ESQUECIMENTO"

A minha Participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 02-outubro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites". (com a obrigatoriedade de introduzir dez palavras do poema de Ângelo Vaz Lima "Pára-me de repente o Pensamento...")


NA RUA DO ESQUECIMENTO


Sozinha desces pela rua.
No vento o pensamento para
Em busca da tua alma nua,
Para uma paz que te é cara.

Botaste-me no esquecimento,
Escrutador em correria,
Perdido algures o momento
Para abraçarmos a alegria.

E tudo o mais é perdimento
Tal a cegueira no teu olhar.
Prossegue a vida sem lamento,
Porque não há um novo chegar!

José António de Carvalho, 01-Outubro-2020
Foto de Conceição Silva



terça-feira, 29 de setembro de 2020

FALTAM POUCO MAIS DE 16 MIL VISUALIZAÇÕES PARA AS 50.000



JÁ ESTAMOS COM 33.807 VISUALIZAÇÕES DO BLOG


Record de visualizações do blog em setembro

3.353 Visualizações







Um enorme obrigado a todos que acompanham o blog e leem os meus poemas.
Bem-hajam!

Um abraço a si! 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Poema "QUANDO ELA SE DESPE"

Participei com este poema no XXXV Encontro do Grupo Artes & Literatura Recanto da Poesia, no dia 24-março-2021, Tema: "Pôr do Sol de Outono". 


QUANDO ELA SE DESPE

Estática como uma sentinela,
Deixa-se despir vagarosamente
Enquanto sopra o vento levemente
Levando as roupas para longe dela.

E vai ficando cada vez mais frágil,
Naquele ar triste e com suores frios.
Escorrem-lhe as lágrimas como rios
Das gotas de orvalho em deslizar ágil.

E neste sonho enreda-se no sono,
Adormece calma. Aviva-se o lume.
Cortadas as castanhas e o queixume,
Sinto o cheiro a magusto. É Outono!...

José António de Carvalho, 28-setembro-2020
Pintura de Maurizio Rega





quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Poema - "PÁTRIA MINHA" - Declamado por mim (Vídeo)




Poema "Pátria Minha"
Da minha autoria.

Trabalho elaborado pelo amigo Paulo Pereira, autor do espaço "Livros Lidos, que tem como objetivo divulgar a poesia e fomentar o gosto pela leitura neste tempo de pandemia.

Um forte abraço amigo Paulo Pereira

Espero que gostem!...





terça-feira, 22 de setembro de 2020

Poema "SE OUTRO FOSSE, NÃO SERIA…"

Participei com este poema no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 25-setembro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites".

Também foi lido, no dia 26-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.



SE OUTRO FOSSE, NÃO SERIA…



Para que outro qualquer pudesse eu ser
Como é que eu podia ser quem sou?
Se mesmo assim tudo passa a correr
No caminho feito, e neste que vou.

E se percorro por tantos caminhos
D’onde vou bebendo e roubando imagens
Alguns com pedras pesadas e espinhos,
Outros envoltos de belas paisagens.

Não posso ser outro. Não sou Pessoa…
Não caibo noutras personalidades,
E quando o raio desse alarme soa
Logo caio em grandes dificuldades.

Não quero ser quem eu mesmo não sou.
Nem ser rico, nem fidalgo, nem pobre,
Ou o letrado que nunca se lembrou
Que o que no peito nasce é mais nobre.


José António de Carvalho, 22-setembro-2020
Quadro de Monteiro da Silva





segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Poema - "OUTONO" - Declamado por Abraão Marinho (Br)



Muito obrigado, amigo das letras Abraão Marinho! O poema ficou fantástico! Vou partilhar com todos publicamente nas minhas páginas e nos grupos onde o possa fazer. Continuação de excelentes trabalhos! Um abraço.

Poema "NA FALTA DE PALAVRAS"

Este poema recebeu Diploma pela publicação na Accademia Poetica Mondiale "Erato" Portugallo, concedido pela poetisa e amiga Rosa Céu.

NA FALTA DE PALAVRAS

Procuro sempre palavras certas
Que voem serenas no vento
Como tule leve. E concretas,
Para extrair delas ouro e alento.
Se por mero erro as deixo cair
Na lama e areias movediças,
Perco o meu sentido de prumo
e no desacerto me arrumo.

E procuro as palavras certas
Para não serem como setas
Apontadas ó centro do alvo,
Onde se morre sem diálogo,
Sem proferir quaisquer palavras,
E assim elas são só escravas,
E tão escravas neste monólogo.

José António de Carvalho, 21-setembro-2020
Quadro de Pierre-Michel De Keyn