quarta-feira, 29 de junho de 2022

Poema "ALENTEJO, PORTUGAL"



ALENTEJO, PORTUGAL


Abraça-me loucamente
para me segurares à vida,
que vivo arduamente
como se estivesse perdida.

Ama-me docemente
como se o sol nascesse,
e se se põe precocemente
é como se não houvesse
mais razões p'ra ser vivida.

É assim que quero ficar
com este sonho no peito,
porque depois passa o efeito
da deliciosa bebida.

José António de Carvalho, 29-junho-2022
Foto de "Agricultura e Mar"












domingo, 12 de junho de 2022

Poema "CONTIGO"


CONTIGO


Contigo vêm os abraços,
Os beijos molhados,
O mar e as ondas,
E os corpos enrolados,

E vem o estio e o calor,
A água calma no rio,
E esta sede do amor.

E vem a música calma,
E o dia e a noite,
E a tempestade na alma.

E a volúpia acelerada
Que levita os sentidos,
Levanta as ondas do corpo
Entre surdos gemidos,
Enquanto o ventre espera…

E perde-se tudo do mundo
Quando atingimos o alto
Ao chegarmos ao fundo
Abraçados nesse salto
Que salta a Primavera
Quando o Verão se apodera.

José António de Carvalho, 11-junho-2022
Desenho de "Pinterest.pt/pin"


sábado, 11 de junho de 2022

Poema "NOSSA PÁTRIA"


NOSSA PÁTRIA


Nesta Pátria de Camões,
Lusos, quinhentos milhões;
Talvez mais, quem sabe?…
A chave com a qual se abre
Novas portas ao mundo.

Seta do fado e do poema,
No esplendor da sua beleza,
Nestes quatro e noutros cantos
Se canta: a língua portuguesa…

Traça o rumo da nossa Nação;
Que voa e navega em cada verso,
Levando os tesouros d’uma união,
Elos de oiro forjados p’la língua,
Fazendo nossos, povos irmãos,
Que a adotam e transformam,
Medida única de memória,
E nela se reescreve a história.

Levam-na no coração
Ao coração do mundo,
P’ró coração do Universo.
E no caminho sempre de ida,
Sempre em frente, rumo ó futuro,
Jamais terá queda ou regresso
Se transpõe e derruba, qualquer muro…

José António de Carvalho, 09-junho-2022
Certificado e menção de participação no Evento Poético "Somos Pátria", organizado pela poeta e amiga Graça Canhão.






quarta-feira, 1 de junho de 2022

Poema "UM DIA VOLTAREI AO MAR"


UM DIA VOLTAREI AO MAR


Levo todas as lembranças comigo
Atiradas p’rás bermas, na passagem,
P’la estrada da vida onde prossigo.
Gravuras e agruras duma viagem.

Regressarei sem ser reconhecido,
Porque os versos são músicas cantadas...
Harpas de cordas de ouro enobrecido
Sempre vibrantes às pontas dos dedos
Ligeiros p'las músicas já tocadas.

Farei que nasça um poema completo
Como o mar que sonha com o regresso
De luz e vida a esse mar tão concreto…
Sempre eterno e belo mar… e seu avesso.

José António de Carvalho, 01-junho-2022
Foto "Pinterest"