A CAMINHO DO OURO
Abre-se a porta do precipício,
Numa descida desenfreada,
Homens que trabalham em mau ofício,
Lâmpada na cabeça apagada,
Indo só a caminho do auspício.
Lá vão assim, esquecidos da morte,
Perfurando a vida sem seguro,
Com sofrimento fazem a sorte
Nessa fonte que brota do escuro
E que a sua nascente não aborte.
Pela sombra de cada rochedo
Onde desliza a água mais pura,
A pedra mais dura é o medo,
Meio de transporte prá loucura
Perdido na busca dedo a dedo.
A procura um dia há de findar
Entre os lingotes que a vida tem,
Que nos leva ou deixa no lugar,
Sem crer que na saída haja alguém
Que da mina nos queira tirar.
José António de Carvalho, 26-novembro-2020
Foto de uma mina em Cracóvia, Polónia
Há sempre alguém, poeta. Lindo!
ResponderEliminarMuito obrigado, amiga Ana Costa Silva!
EliminarQue haja sempre uma luz ao fundo e o do túnel .que o medo vire esperança !
ResponderEliminarGostei imenso.
Muito obrigado pelas suas palavras, amiga Guiomar Ricardo! Continuemos a vislumbrar a luz, sim!
EliminarMuito obrigado!