NO GUME DAS PALAVRAS
As palavras são correntes,
eternas caminhantes, deslizantes.
Elas são mágicas...
São sol, são água, são sal.
São tudo de bem
e são todo o mal.
Sejam condescendentes se as uso
embrulhadas e imprudentes,
na imprudência que em mim mora;
pelo que sou hoje
ou pelo que fui,
pelo que quero ser
ou deixei de ser,
pelo que deveria ter sido,
ou, tão somente,
pelo que deveria ser agora.
Perdoem-me as faltas em palavras
e as palavras em falta.
As das lacunas brutais que me definem.
Às palavras repreendo-as,
aprendo-as, agarro-as e esqueço-as
e lá fogem de mim assustadas.
Ah… Depois, as palavras douradas que se perdem
nos recônditos esconderijos do meu jeito,
e que são redondas. Sempre assim redondas…
São elas que me alimentam e definem…
São elas que me explodem por dentro
quando se evadem do meu peito.
Talvez, talvez…
a razão para que tantas vezes
fique apenas por meias-palavras…
José António de Carvalho, 24-julho-2023
Ah… Depois, as palavras douradas que se perdem
nos recônditos esconderijos do meu jeito,
e que são redondas. Sempre assim redondas…
São elas que me alimentam e definem…
São elas que me explodem por dentro
quando se evadem do meu peito.
Talvez, talvez…
a razão para que tantas vezes
fique apenas por meias-palavras…
José António de Carvalho, 24-julho-2023
Pintura de António Miranda
Belíssimo 🌹
ResponderEliminarMuito obrigado pela leitura e pelo comentário!
EliminarUm abraço.