SETEMBRO
É mais um setembro calmo.
Sempre setembro maduro.
Que no ano é nono palmo,
A três palmos de um futuro.
Quem assim o tempo mede,
Mede-o pondo-lhe a mão
Movendo-o em toque leve,
E as folhas caem no chão.
É setembro, sopra a brisa
Que desprende o pensamento
Enquanto a alma se ameniza
Da angústia que vem no vento.
É setembro, tudo dito;
Vem com ele a nostalgia
A desdobrar o conflito
Entre mim e a noite fria.
José António de Carvalho, 02-setembro-2024
Quadro de António Miranda