OUTONO
POETA
O poeta vive a natureza.
Naturalmente, se apaixona
por toda a sua beleza.
Paixão que não abandona.
Vive a viajar nos astros
sem o pé sair da terra,
a gastar sapatos gastos
num sonho que não encerra.
No Inverno canta a neve
na ânsia que o frio passe,
e nos versos sempre pede
que a primavera o abrace.
Esse amor à primavera
é sentimento tão forte
que o leva pela quimera
sempre fugindo da morte.
Tem o seu auge no verão,
mas em si já tudo chora
p'la vinda doutra estação,
a que no próprio mora.
Ventos leves vão soprando
na alma, de si, entristecida,
e o outono vai chegando
empurrando-o mais na vida.
José António de Carvalho, 24-setembro-2025
Foto "Pinterest"
Lindo!
ResponderEliminarMuitos parabéns José António!
Muito obrigado por ler o poema, gostar e comentar!
EliminarUm abraço.