Só se vive uma vez
Descalça pelas pedras
da calçada
Caminhas pé
ante pé, e a medo
Saia de cetim fina
e esvoaçada
Ao raiar do
dia. Ainda é cedo...
Tão cedo que é demasiado
tarde
Para viveres a
juventude subtraída
E agora não
tens quem te guarde
A metade de ti abandonada e perdida.
Quando se é
jovem o sentir arde,
O coração
inflama na busca de guarida
Num corpo
qualquer desalmado e cobarde.
E não para o descer
sempre a calçada
Para que a hora
nunca se faça tarde
Na tua vida
pobre, triste e desamada.
JA18C
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