sábado, 16 de dezembro de 2023

Poema "NATAL, QUE LINDO, SE…"


NATAL, QUE LINDO, SE…

Ah, que linda noite,
depois o dia,
esse Natal de menino,
cujas prendas eram sonho.

E a luz era pouca
para ver os ponteiros
unirem-se, à meia-noite.

Ai, que alegria louca…
o menino lá deixara,
cair no gasto sapatinho
três rebuçados “catraio”
e um chocolate pequenino.

Mas a noite não acabava aí,
havia ainda a camisola,
que depois de remendada
ficara outra vez nova.

Em nada era o Natal de hoje,
dum mundo em que tudo foge…
de loja em loja,
de carro em carro,
de telefone em telefone,
de consola e televisão,
computador ou outra diversão
que põem o Homem fechado.

Também as macro diversões,
com gente aos repelões
e outra acantonada,
vencida pelas ilusões;
que abafam sons de aviões,
de mísseis e canhões,
em matança desculpada.

E as mais incríveis poluições
desta Terra tão maltratada.
Esta,… a traição das traições.

Depois…
Mensagens quase virgens
de desumanos aldrabões,
cujas palavras dão vertigens
e asfixiam os pulmões,
de desalinhados, não seguidores,
indo-se-lhes a vida em horrores.

E eu pergunto a todos os presentes:
Será isto Natal, meus senhores,
encobrir maldades e seus autores
que espalham morte a inocentes?


José António de Carvalho, 15-dezembro-2023
Fotos da Sessão de Conto e Poesia - Fundação Real Colégio de Landim



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