SEDE
Há na chegada
a tua chegada,
bem cedo
e tão perto,
sem pressa,
antes que escureça.
Antes que a noite
seja noite
e aconteça
o que o corpo pede.
E que a noite
se estenda à vida,
antes que a vida
fuja no horizonte
antes do tempo.
De um tempo finito
que ninguém mede,
e infinito pareça...
E assim passa
e nunca disfarço
a sede da alma.
Serei sempre sequioso.
Que a minha sede
seja a tua sede,
e não esmoreça,
ainda que a lua,
a maga da rua,
desapareça.
E lá virá o sol
para novo dia,
e que o amor
com alegria
floresça...
José António de Carvalho, 23-fevereiro-2024
Foto de Conceição Silva
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