(49 anos depois da revolução, continuemos a revolucionar e a festejar)
ABRIL, PRIMAVERA…
Era abril, Primavera;
Campos de cravos vermelhos,
Inocentes, sem saberem a hora.
Sorrisos sofridos, olhos de dor,
O sangue frio e sem amor
Pelas correntes que os exploravam.
Era abril, vinte e três;
Montanhas de esperança verde.
Sede de liberdade, e que sede,
No corpo de quem só sofria
E que a própria sombra temia …
Era a fome, o profundo cansaço
De quem trabalhava a terra,
Dos operários da têxtil ao aço,
Dos hospitais, minas, na guerra.
Era abril, vinte e quatro;
Os tanques viraram-se para Lisboa;
Abriram-se asas a quem queria
Voar em liberdade. Como seria?
Mas uma gaivota lá lhes dizia:
"Asas de vento. E voa, voa..."
Era abril, vinte e cinco;
O povo povoou ruas e alamedas,
Gritou sem medo, seguiu em frente,
Entoando, unidos, a uma só voz:
"Grândola, Terra da fraternidade!…
Liberdade, liberdade!”
Agora, já não sou quem era,
Caminhei vida fora, pudera…
Voltar p’ra trás é uma quimera.
A terra continuará uma esfera,
E em Abril será sempre Primavera…
- 25 de Abril, Sempre!!!
José António de Carvalho, 24-abril-2023
Foto Pinterest
O meu poema na Pág. 28
Excelente.
ResponderEliminarSempre seja Abril
Muito obrigado pela leitura e comentário! Um abraço.
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