segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Poema "A SEGUNDA FUGA"


A  SEGUNDA FUGA

Às vezes fujo por entre densos arvoredos,
outras por entre casas cavernosas vazias.
E enquanto fujo vou escapando a medos,
no acesso a horas ainda mais tardias.
Depois, lá encontro... e logo me defronto:
com a terra, com o mar, com as estrelas;
palavras que em dicionários não encontro
e que antes pensava serem as mais belas.

E as flores… as flores e a vida.
As flores que lembram sempre a minha terra;
essa terra cheia de vida que me vai engolir.
E aí é que se dá a guerrilha dentro de mim,
que mais cedo do que tarde será uma guerra.
Oh… essa guerra a que ninguém pode fugir,
que passará a certeza de um esfumado dilema:
se viver é pior ou melhor do que o que está para vir.
E não é hora, nunca é a hora para o fim do poema.

José António de Carvalho, 11-janeiro-2024
Foto de Conceição Silva

Link do vídeo da declamação do poema pelo ilustre poeta/declamador António Ferreira 

https://www.facebook.com/100005942883932/videos/751160303543728/

4 comentários:

  1. Em mês de aniversario de vida (mais um a somar), e com o tempo a seguir, com ele maior consciência da existência terrena. Que desse legado fiquem as melhores memórias para quem gosta de nós e nos rodeia. Sem fugas ao que não podemos fugir.... Parabéns

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    1. Muito obrigado pela leitura e comentário, estimada Anabela!
      Julgo que os parabéns não são pelo aniversário!
      Um abraço.

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    2. Ainda é cedo. Os parabéns são pela escrita. Aniversário só lá para o final do mês.

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