PROCURA
Procuro-te nos barcos
De velas içadas ao vento,
Nas proas levantadas
A rasgarem mares
De dores e desalento.
Nos travos de alegria
Bebidos dum sonho
Pintados a branco.
Mas depois aponho
Que são apenas fantasia.
Procuro-te assim
Sem rumo, sem norte,
A poucas páginas do fim…
Páginas gastas, amareladas,
Que dizem tudo de mim
E também da minha sorte.
José António de Carvalho, 28-dezembro-2024
Pintura de António Miranda
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