quinta-feira, 26 de junho de 2025

Poema "DESERTO"


DESERTO


Entreguei as minhas guardas,
As minhas mãos, os meus dedos,
Trémulos de frio e medos,
Às horas das madrugadas.

Agora, olho para o tempo
vago na sua viagem,
Fazendo a sua passagem
Num rasto de desalento.

E não há qualquer ternura,
Nem as rosas perfumadas
viveram, foram cortadas
Por qualquer alma impura,

Fazendo o caminho perto,
Alcancei flores no oásis
Num fio de horas fugazes
Transformado num deserto.

José António de Carvalho, 25-junho-2025
Foto "Pinterest"



6 comentários:

  1. Parabéns!
    As flores estão no caminho...apesar de não se vislumbrarem!

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  2. Ainda é noite mas o dia não tarda.
    Olho o que escrevo. Compreendo. que, como uma viagem, deixou dolorosas marcas, pela ausência da ternura mas não apagou a memória do perfume do amor...
    ( rosas que a morte cortou ...)
    Hoje resta- me o oásis da poesia
    no deserto desta vida onde me reconheço e questiono.
    Amigo poeta, não está sosinho.

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    1. Apesar de comentário anónimo, tenho quase certa a autoria.
      Muito obrigado pela leitura e comentário!
      Um abraço.

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