terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Poema "Feliz Viagem"

Feliz Viagem

Entrar num novo ano
É como saltar para uma barcaça
Amarrada ao cais.

Ela balança, estica a corda
Mas permanece
amarrada pela corda.

O virar do ano
É o soltar da corda da barcaça,
Não se sabendo do sucesso da viagem.

É uma aventura e um sonho.

Desconhecendo-se
Até onde poderá chegar
A nossa barcaça
Nas águas do Novo Ano.

Aventura e descoberta
Luta e contrariedades
A cada momento
A cada dia…
Feliz Viagem em 2020!

José António de Carvalho, 31-dezembro-2019
Foto de Conceição Silva


domingo, 29 de dezembro de 2019

Poema "2020, ANO DE SONHO"

2O2O, ANO DE SONHO

Vem aí um novo ano.
Este é que será o nosso ano!
Os passados não nos levaram a lado algum,
Apenas nos trouxeram até este lugar
Que não passa de um lugar comum
Com tudo de incomum.

Mas o próximo ano. Ai, o próximo ano!
O Novo mudará tudo, tudo!
Ficando tudo igual.

Pena nada sabermos de como vai ser.
Mas temos a certeza de que será o ano
Em que faremos tudo o que ainda não fizemos,
Que aquele pequenino sonho se realizará,
Que as pessoas serão todas amigas e terão saúde,
Que viveremos alegres e felizes,
Com alguma sorte até nos poderá sair a lotaria ou o euro milhões.

E os políticos?
Ah, os políticos…
Esses, coitados, que se cuidem.
Porque sendo um bom ano para nós
Para eles não será grande coisa.

O nível de vida baixará e os salários subirão,
Teremos mais e melhor saúde e educação,
Iremos conseguir quase o pleno de, e no, emprego,
A natalidade disparará e mais ninguém morrerá,
O país será autossuficiente,
O mundo produzirá o necessário para a população.

Haverá amor, compreensão, justiça, solidariedade, verdade.
Teremos o maior respeito e amor pelos mais velhos e idosos.
- E o ano velho?
- Esse que se lixe… queremos é o NOVO!
Sendo assim, quero agradecer pelo ano velho e todos os novos e velhos anteriores, e…
Desejo-lhes:
UM FELIZ ANO NOVO, que logo, logo, será VELHO!
FELIZ 2020!!!!

José António de Carvalho, 30-dezembro-2019
Foto de Conceição Silva


sábado, 28 de dezembro de 2019

Poema "QUANDO SOU RIO, SORRIO"



QUANDO SOU RIO, SORRIO


Não sei se estou no começo
A meio ou no fim.
É um caminho sem regresso
Como a água do rio,
Que avança, avança
Ora lenta, ora veloz…

Da mesma forma esqueço
Que não tenho regresso em mim.
E só assim não enlouqueço
Bem pelo contrário,
É a lucidez que me alcança
Se alcanço a minha foz.

José António de Carvalho, 28-dezembro-2019
Foto de Conceição Silva


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Poema "Terá sido Natal?"

Este poema foi feito em homenagem a um amigo que faleceu a 25 de dezembro, pai da minha amiga Cristina Carneiro.
Com um abraço e sentidas condolências.


Terá sido Natal?

Suaves ventos continuam
com os odores a canela
na quente resina que escorre
pra que volte o sorriso dela.

Ainda tem brasas na lareira
capazes do fogo atear
em nova acha que lá se queira
colocar para a alimentar.

Esses abraços sonolentos
dos teus braços que não se mexem
são rudes golpes, violentos
num só ponto, jamais se esquecem.

Natal... Não pode ser assim
ou nem tão pouco Natal foi
se o golpe desse espadachim
abriu ferida e tanto dói.

José António de Carvalho, 27-dezembro-2019 
Foto “Imagens do Bing”



terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Poema "Feliz Natal"

Feliz Natal

O coração diz-me para Viver o Natal.
Os meus olhos comovem-se pelo que veem.
Os ouvidos arrepiam-se com as belas baladas.
Mas logo a seguir relembro do que foi o ano.

Ainda não escrevi uma linha e já ouvi duas vezes
na televisão, a criancinha, com a sua voz doce,
a agradecer ao Pai Natal o Smartphone.

E logo a seguir recordo do que foi o ano.

Resta-nos a satisfação de ver as mensagens
dos nossos governantes na televisão.

E logo a seguir recordo do que é a vida.

Não me levem a mal esta exposição
Afinal ainda sinto o Natal com o coração.

José António de Carvalho, 24-dezembro-2019

domingo, 22 de dezembro de 2019

Poema "O limite da Luz de Natal"

(Composição através da junção de três poemas de Natal)

O limite da Luz de Natal

Se o meu caminhar for iluminado pela divina estrela
Pela sua luz viva e esplendorosa
Será a caminhada mais bela.

Cada vez mais perto do limite
e mais longe do centro,
do centro da via
e do cerne da vida.

Por que choram as nuvens
e as estrelas, e o Sol?

Por que choram as árvores?
As borboletas e as andorinhas?

Por que choram as flores do jardim?
Os arbustos e os matos nos montes?

Por que choram os rios?
Os lagos e os mares?

Por que não choram as areias do deserto?
Ou as pedras das montanhas?

Pura ilusão de autodestruição,
servida em normas
com rosto e efeito,
carcomidas no interior
pelo próprio defeito.

Por que chora aquela criança?

Natal…
não tem visão cingida.

Natal…
é o renascer puro prá Vida!

Por que chora aquela criança?

Mãos de luz
Pés de luz
Olhar de luz
Abraçar de luz…

Por que chora aquela criança?
Coração de Jesus.

José António de Carvalho, 22-dezembro-2019
Foto de Conceição Silva



sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Poema "No limite do Natal"

No limite do Natal

Cada vez mais perto do limite
e mais longe do centro,
Do centro da via
e do cerne da vida.

Voltados para nós
e para o nosso centro.
Entrincheirados
no olho do ciclone,
arrebatados no sono
enquanto os princípios voam.

Pura ilusão de autodestruição,
servida em normas
com rosto e efeito,
carcomidas no interior
pelo próprio defeito.

Natal…
não tem visão cingida.
Natal…
é o renascer puro prá Vida!

José António de Carvalho, 20-dezembro-2019
Foto do Presépio de Marco Penna (it) - Construido com massas alimentares.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Poema "Natal de luz"

Natal de luz

Se o meu caminhar for iluminado pela divina estrela
Pela sua luz viva e esplendorosa
Será a caminhada mais bela.

Venha eu do oriente
De oeste, este, sul ou norte,
Importa que confie nela
E sentir-me-ei mais forte.

Mãos de luz
Pés de luz
Olhar de luz
Abraçar de luz…
Coração de Jesus.

José António de Carvalho, 19-dezembro-2019
Foto do Presépio de Marco Penna (it) - Construido com massas alimentares.



Poema "O Natal das massas"

O Natal das massas

Se tanto o escrevem os poetas
Mesmo sendo pra dizer mal
Que se multipliquem alertas
Pra fazermos melhor Natal.

Minha pequenez não me impele
A dizer palavras mais belas
Peço apenas que se interpele
E olhar pra dentro das janelas.

Vejo a pobreza com angústia
Seja ela de que tipo for
É preciso ver com minúcia
Para a ver num olhar de dor.

Mas o Natal é muito belo
Até esse, o “comercial”
A razão maior é vivê-lo
Será ainda... Melhor Natal!!!

José António de Carvalho, 19-dezembro-2019
Foto do Presépio de Marco Penna (it) - Construido com massas alimentares.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Poema "Parabéns minha Mãe"

Parabéns minha Mãe

“PARABÉNS A VOCÊ”
Pelas oitenta e oito primaveras
Todas iguais e diferentes.
Primaveras de sol e de chuva
De amor e de desalento
Primaveras de vida, vivida
Doada, amada, desprendida…

“NESTA DATA QUERIDA”
E nós… filhos e netos
Afins e bisnetos,
Apenas queremos agradecer,
Porque a vida que temos
É a ti que a devemos.

“MUITAS FELICIDADES”
Por todos partilhadas
Neste e em todos os dias
Recetáculos de alegrias,
E que assim continue
Pelo tempo fora amada.

“MUITOS ANOS DE VIDA”
Não queremos muito,
Apenas a cada dia,
Pedir outro e depois outro
Com saúde e alegria!…

Um beijinho e um abraço de: filhos, netos, bisnetos e todos os afins.



sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Poema "Ternura da constipação"

Ternura da constipação

Olho o cair da noite pela janela.

Lá vem a cortina negra com as estrelas penduradas
e também aquele barco
que navega sempre para estes lados,
se o céu não se irritar como faz a minha vida,
em que as nuvens tudo envolvem
e eu fico invisível, e ninguém me vê.

Sabem, ninguém dá por mim…
Eu apenas escuto. Escuto tudo.

E nesta escuridão triste,
às vezes, apetece-me gritar.
Mas hoje não.
Apenas quero sonhar.
E a constipação?
Essa vai passar!…

José António de Carvalho, 06-dezembro-2019
Foto de hoje, tirada por mim.




sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Poema "TEMPOS"

TEMPOS

Há um tempo no coração que urge.
Mas não é o mesmo tempo do corpo.

O tempo do corpo é de chuva que aborrece.
O do coração é o tempo do raiar da aurora,
de enlevar o rosto na bruma fresca do mar.

O tempo do corpo é o do fado cansado.
O do coração é vibrante como as cordas do violino,
como o chilrear das aves na alegria da primavera.

O tempo do corpo é o tempo agasalhado do frio.
O do coração é um tempo de um longo estio,
mais veloz que o cair das águas na cascata dum rio.

O tempo do corpo. Oh!... Esse tempo do corpo!
Lográssemos nós podermos adiá-lo
e em tempo de coração transformá-lo.

José António de Carvalho, 29-novembro-2019
Foto de Maria José Bernardo



segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Poema "Os fracos"

Os fracos

Os fracos são aqueles
em que o amor não lhes entra
nem preenche o âmago.

Aqueles em que as suas árvores
não despontam primaveras.

Aqueles em que as flores
não desabrocham, nem frutificam docemente.

Fracos, são os que se abstêm de ver
de sentirem o Sol entrar-lhes bem dentro
até furar os confins da sua alma
iluminando-os e fecundando-os.

Fracos, são os que se estendem
nas águas do rio e adormecem profundamente
deixando-se levar pela corrente,

E que não olham para os mistérios da vida
que acontecem nas suas margens
onde crescem belas flores e árvores frondosas,

Os que não são capazes de lutar contra a sua corrente frouxa
e de apreciarem a beleza do que acontece no seu leito
onde a vida crepita, define e cresce pujante.

José António de Carvalho, 25-novembro-2019
Pintura de Madalena Macedo


https://youtu.be/TWPybPV9HaI




sábado, 23 de novembro de 2019

Poema "O NATAL QUE VEM PARA FICAR"

Este poema foi lido, no dia 19-dezembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

O NATAL QUE VEM PARA FICAR


Quem ousa dizer que o Natal na minha terra não é o mais bonito?
Ou que o Natal no meu país não é o mais fraterno?

Quem ousa dizer que o meu país não é um país de Cristo?
Que deixem de se ousar a tais coisas, porque não desisto.

Então não é Natal, ver casas iluminadas monte acima?
Parecendo estrelas no céu, no frio da noite e no breu?

Não é Natal abrirem-se todas as portas fechadas durante o ano?
Abrirem-se os sorrisos e os interiores, de cada casa que há em nós?

Ah!… E quando neva… Que na minha terra quase nunca neva…
É como se o Natal chegasse nesse dia, em qualquer dia ou noite fria.

O Natal na minha terra, na terra de Portugal, é feriado mundial.
E é do mundo, porque Cristo nasceu e renasce a cada segundo.

Não tenho dúvidas deste Natal que a alma encerra,
Em que os Homens, as Crianças e os Anjos O aclamam em toda Terra,

Mesmo convencidos que nunca fomos vencidos
Pela estrela que nos guiou e pela mensagem que ficou,
Ainda que a dúvida possa insistir continuar,

Todos queremos, Um Natal que venha para ficar!

José António de Carvalho, 23-novembro-2019
Foto JAC (Igreja de Vermoim com iluminação de Natal)

* Este poema integra o e-book de Natal -2019, do Solar de Poetas: "Eu vi uma Estrela" 




segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Poema "FACES DA POESIA"

Este poema foi lido, no dia 14-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica, e voltou a ser lido em 12-dezembro-2020.

FACES DA POESIA

Leva, leva, este domingo cinzento.
Leva lá aquelas pesadas nuvens
que tanto carregam o firmamento.

Traz-me cores de margaridas jovens
de pétalas brancas e sorridentes
nesses dias mágicos quando vens.

Leva, leva, palavras que consentes
e que erguem altos muros e barreiras
que matam sorrisos, suas sementes.

Traz no olhar lindas flores de amendoeiras
alegres com a luz de mais um dia
ávidas no florir, pois são as primeiras.

Leva, leva, aquela dor que arrelia
gerada na angústia, e em soez surdina
vai comendo os sorrisos dia a dia.

Traz, traz-me as tuas tardes de menina
Que a tua doçura aconchega o peito
essa perfeita imagem feminina
de poesia a germinar no leito.

José António de Carvalho, 11-novembro-2019
Foto de Conceição Silva