TEMPOS
Há um tempo no coração que urge.
Mas não é o mesmo tempo do corpo.
O tempo do corpo é de chuva que aborrece.
O do coração é o tempo do raiar da aurora,
de enlevar o rosto na bruma fresca do mar.
O tempo do corpo é o do fado cansado.
O do coração é vibrante como as cordas do violino,
como o chilrear das aves na alegria da primavera.
O tempo do corpo é o tempo agasalhado do frio.
O do coração é um tempo de um longo estio,
mais veloz que o cair das águas na cascata dum rio.
O tempo do corpo. Oh!... Esse tempo do corpo!
Lográssemos nós podermos adiá-lo
e em tempo de coração transformá-lo.
José António de Carvalho, 29-novembro-2019
Foto de Maria José Bernardo
Perfeito!!!
ResponderEliminarMuito obrigado, amiga Ana Costa!
ResponderEliminarLindo.
ResponderEliminarUm agradecimento de coração pelo comentário! Muito obrigado!
EliminarMaravilhoso!
ResponderEliminarCecília Maria Pereira Pestana
ResponderEliminarMaravilhoso!
Muito obrigado, amiga das letras Cecília Pestana!
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