Chove como já não me lembro.
Vem chuva de todos os lados...
O vento muda a direção
que esta chuva sempre me acerta.
Seta de grande precisão.
Digo que sempre que assim chove
minha melancolia aumenta
retraio tudo que há em mim
que nem sei bem a minha idade.
São menos de noventa e nove.
Mas isto é grande maldade!
Se os construo à minha volta
estes altos e grandes muros...
quero sonhar e não consigo
fico só por tristes murmúrios,
Tão longe dessa primavera,
que mesmo que seja severa...
A única que me alimenta
e me livra desta tormenta!
José António de Carvalho, 03-novembro-2019
Foto de Conceição Silva
Pode a chuva cair lá fora, mas tem que o sol estar dentro de nós para irradiar calor! Novembro é um mês da estação do Outono... Onde repousam os rizomas aguardando resistências agrestes necessárias ao seu emergir! Muitos parabéns, bem patente neste poema muita sensibilidade ao meio fisico e suas quimicas!!!
ResponderEliminarMuito obrigado, amiga Anabela pelo comentário! De facto é assim que sinto o mês de Novembro... Nos três meses do Outono, talvez o que mais nos remeta para a reflexão interior.
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