sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Poema "Outono" (soneto)


Outono

Sempre me mandas os dias pela metade,
Sendo metade luz e outra metade noite,
Dia em alegria, e a noite fria como açoite.
O vento vergasta as folhas à sua vontade

E levanta nuvens de pó na terra ressequida,
Não lhe basta ser terra e não poder dar nada,
Anseia a água como o amante a sua amada,
Esgotada de tudo, parece velha e encolhida.

Também sinto outono na minha alma cansada,
Cansaço menos natural que o da mãe natureza,
Flores que eram, frutos foram. Agora… a pobreza.

Quase nada resta de vida risonha e ensolarada,
De dias quentes e alegres, de gente apaixonada.
Venham dias! Tragam alegrias, e levem a tristeza!

JA18C




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