Outono
Sempre me mandas
os dias pela metade,
Sendo metade luz
e outra metade noite,
Dia em alegria,
e a noite fria como açoite.
O vento
vergasta as folhas à sua vontade
E levanta
nuvens de pó na terra ressequida,
Não lhe basta
ser terra e não poder dar nada,
Anseia a água
como o amante a sua amada,
Esgotada de
tudo, parece velha e encolhida.
Também sinto
outono na minha alma cansada,
Cansaço menos
natural que o da mãe natureza,
Flores que eram,
frutos foram. Agora… a pobreza.
Quase nada resta
de vida risonha e ensolarada,
De dias quentes
e alegres, de gente apaixonada.
Venham dias! Tragam
alegrias, e levem a tristeza!
JA18C
Sem comentários:
Enviar um comentário