Este poema foi lido pela poeta Paula Laranjo, na sua rúbrica "Polinizar o Dia com Poesia", na edição de quarta-feira 29-12-2021.
REPETIÇÕES SEM LAMENTO
Tudo na vida se repete…
Como na canção se repete o refrão,
Ou a terra na sua rotação.
Repete-se o dia na promessa d’alegria,
A tarde, talvez, em fazer vingar o dia.
Mas cai a noite, para se repetir a desilusão…
Repetem-se os risos, as emoções,
Os sonhos e as ilusões…
Que não param de desenrolar.
Como a roda, que é sempre roda
Mesmo parada no lugar.
A mesma roda que nos faz andar.
Mas não se repete o tempo.
Porque esse passa à história
Dos quem têm memória.
E quem não a tem
De nada fica refém.
E de que importa o lamento,
Se o coração se repete no bater,
No querer, no sentir, no viver…
Mas que também deixará de se repetir,
E deixará de voar
Para se deixar cair, e ir…
Sem alguém se lamentar,
Talvez, sem que alguém se importe…
JA19C
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