PALAVRAS QUE NÃO DIGO
São inúteis as palavras que
não digo
e as outras palavras ainda
mais
submersas nas águas paradas
dos arrozais.
Inconsequentes…
se não falas comigo!
Deixa-me voar contigo
em voos quedos de receios e
medos
e circulares, como fazem os pardais.
Inconsequentes…
se amam cada vez mais!
E a nossa história escreve-se
na areia
e cada grão é uma palavra de
amor
que se deixa arrastar pela
maré cheia.
Inconsequentes…
se não mitigam a dor!
E o mar furioso lança-as na praia
e leva-as novamente noutro
enrolar
não se sabendo se vão voltar…
Inconsequentes…
nem eu sei se te volto a
abraçar!
José António de Carvalho, 27-maio-2019
Foto de Conceição Silva
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