Andar do Tempo
Manhãs e madrugadas orvalhadas
Corpos, gotas, partículas, imagens
São ventos assombrosos dos teus nadas
Esculpidos a gritos nas paisagens.
Vago mundo que ardente se derrete
Num imenso e soturno céu cinzento
Calha de água tanto nos promete
Mas deixa apenas medo e desalento.
Secam gargantas, ardem as verduras
Se não há chuva, tão pouco sente vento
Afrouxa o riso… rédea às loucuras.
Faço silêncio. Calo este lamento
Acorrentado às minhas molduras
Quase desfeitas pelo andar do tempo.
José
António de Carvalho, 05-junho-2019
Foto dos Caminhos de Santiago
Brilhante inspiração! Nós leitores já nos habituamos a esta boa qualidade, que não desejamos melhor. Parabéns!!!! Muitos.
ResponderEliminarMuito obrigado, amiga Anabela Carvalho!
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