quarta-feira, 10 de julho de 2019

Poema " Livre de voar"

Livre de voar

Encostada à parede no meio do nada
asas salgadas de desejo de madrugada

Pele de seda fina de matéria sublimada
arrepiada nos sentidos pela mão tremulada

Que desliza em fio de água pura
na derme queimada ardente de ternura

Como lírio doirado aberto a olhar o sol
vulto de afeto abafado pelo lençol

O teu corpo quente evapora beleza
pra angústia de Vénus e sua fraqueza

Nas contas da vida somas a tua idade
da menina que vestes em total liberdade.

José António de Carvalho, 10-julho-2019
Foto de Conceição Silva




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