Poema lido no programa de sábado, 17-julho-2020, "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.
MÃOS CANSADAS
E estas minhas mãos que eram fortes…
Tão fortes, que se perdiam em ti
Em longos momentos de descoberta,
Tinham garras de fera e leveza de pena,
E quando se perdiam tudo encontravam.
Hoje são mãos dizimadas pelo tempo,
Gastas pelo calor da fricção das atitudes.
São mãos que já não pintam futuros,
Parecem dois cometas a arder ao vento
Em voos mortos pela aridez das latitudes.
E tê-las assim, é como não as ter.
E quem não as tem, não tem nada...
Despede-se inerte o brilho do olhar
Como quem foge à doçura das palavras,
Dilui-se a beleza das paisagens,
Seca o ribeiro, o rio e depois o mar.
A escuridão avança sobre a terra
Cobrindo-a de ódios e de guerra,
Matando todos os sonhos de amor.
Estas mãos… estas mãos esquecidas,
Esqueceram-se do que é segurar.
José António de Carvalho, 07-julho-2020
Quadro de Madalena Macedo
Foto de Jorge Ferreira
Afastemos a melancolia dos nossos pensamentos, dando lugar à alegria e à esperança da vida. As mãos afagam com carinho e ternura, lindos gestos que aconchegam o coração!
ResponderEliminarMuito obrigado pela leitura e comentário, amiga Anabela Carvalho!
EliminarLindíssimo!!
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário, amiga Rosaly Fleury!
EliminarPosso pedir-lhe para seguir o meu blogue?
Muito obrigado!
Espectacular! Obrigada PORTA 🤗😊
ResponderEliminarMuito obrigado, amiga Ana Costa Silva!
EliminarAs minhas desculpas.... Obrigada POETA!
ResponderEliminarEstá desculpada!
EliminarMuito obrigado pela leitura e comentário!