ALIANÇA
Não guardes as joias que trazes
Que o dia é uma criança,
Espera-te a noite prá dança
Da vida, nos versos que fazes.
Põe os brilhantes no dedo fino
Nesses sonhos de diamante
Vestidos em traje d’amante
Nas noites claras do destino.
E fica tudo em posse crua
Ofuscada pela aliança
Que nunca verá a esperança
Em que se ergue a paixão da lua.
Assim, no entardecer da vida
Despontam mistérios claros,
Que são a cada dia mais raros,
No rosto da manhã nascida.
José António de Carvalho, 24-fevereiro-2021
Foto de autor desconhecido
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