terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Poema "TÃO SÓ, MÃOS…"



TÃO SÓ, MÃOS…


Tanta graça grassa das tuas mãos,
que bordam estrelas nos seus altares
e penteiam o vento com os dedos….
pele de anjo com sede de segredos.

As mãos escusas que ensombram os mares,
que arrepiam a lâmina mais fina
e cortam sonhos só com os olhares,
assustam todo o ouro que sai da mina.

Mãos seguras são como trave mestra,
sábio livro na vida da criança,
a fórmula exata que assim atesta
o caminho da luz, e da esperança.

Só quero as tuas mãos leves e afáveis,
Que calcem, assim, as luvas do tempo,
E no tempo de dores inegáveis,
Que tuas mãos me calem o lamento.

José António de Carvalho, 09-fevereiro-2021
Quadro de Maria Brito (Arte Celano – Grupo de Artistas)




4 comentários:

  1. Muito bonito e com sentimento! Gostei, amigo José António. Parabéns.

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    1. Muito obrigado pelo seu importante comentário de especialista, amiga das letras Maria do Rosário Serrado de Freitas!

      Um abraço.

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  2. Belíssimo poema ! Adorei. A última estrofe é ,efectivamente, maravilhosa;
    "Só quero as tuas mãos leves e afáveis,
    Que cakcem,assim, as luvas do tempo
    E no tempo de dores inegáveis
    Que tuas mãos me calem o lamento.

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    1. Muito obrigado por ter gostado e realçado o que mais gostou no poema, amiga Guiomar Ricardo!

      Bom fim de semana!

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