TUDO NUM DIA, UM DIA DE TUDO…
Há em cada disfarce do rosto,
das mãos tapadas e buliçosas,
uma perturbada liberdade
que desce pelas horas ciosas
parindo uma nova identidade.
Há na roupagem extravagante
que nos tapa este cinzento inverno,
um tempo mistério tão sofrido
neste mundo que atravessa o inferno
pela mão de um segredo escondido.
Há rainhas, reis, plebe e até estrelas,
transposições pró registo oposto,
homens e mulheres a seu gosto
vivem no seu contrário, eles e elas,
mais nus do que no rigor de agosto.
Há um novo ser que se descobre,
no dia em que o mundo se reveste
da euforia que a tristeza encobre...
sem que alguém deva levar a mal,
porque, afinal… é só carnaval.
José António de Carvalho, 09-fevereiro-2021
Foto: "Pinturasdoauwe.com.br"
Muito obrigado pela leitura e comentário, amiga Ana Costa Lima!
ResponderEliminarMuito bom! Gosto especialmente destes versos da última estrofe "Há um novo ser que se descobre,
ResponderEliminarno dia em que o mundo se reveste
da euforia que a tristeza encobre..." Têm uma melodia, um ritmo e uma beleza extraordinária. Parabéns, poeta. Cada vez melhor. Um abraço.
Minha estimada amiga Maria do Rosário Serrado de Freitas, sabe muito bem que a sua opinião é um bom "fiel de balança". Por isso, fico-lhe muito agradecido por seguir o meu blog e pela opinião!
EliminarMuito obrigado!
Um abraço.