Este poema foi lido ontem (19-setembro-2021) pela Maria Isabel Rodrigues, no seu programa de poesia da rádio Popular FM.
É OUTONO
Tens olhos de desalento
E força de mar em fúria.
Deixas o hálito no vento,
O desconcerto do certo
Que vem sempre com o tempo.
Tens a revolta no rosto,
A ardileza da noite escura,
Vaidade negra soturna,
Como defeito sem cura
Onde a tristeza procura.
Quando em ti tudo se encerra
Para esconder a quimera
De uma doce primavera.
Vê bem como já estou
Se o verão ainda não acabou.
José António de Carvalho, 17-setembro-2021
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