domingo, 6 de março de 2022

Texto "A ALDEIA E O FUTURO"

Este foi o texto da minha participação no 4º desafio 2022_ Criatividade sem Limites do Livro Aberto. No qual tive que incluir as palavras: "Aldeias, pastoril, manhãs, vida, tintas, amoroso, misterioso, murmúrios, brancas, sibilantes, cântico", do poema "As Aldeias" de António Gomes Leal (Sec. XIX/XX). Quando escrevi o texto apenas conhecia as 11 palavras do desafio lançado pela Ana Coelho, no seu programa "Livro Aberto", edição 4 de 2022, da Rádio Voz de Alenquer.


A ALDEIA E O FUTURO

 

A subtração da vida nas ALDEIAS acelera o fim a cada dia que passa.

As MANHÃS BRANCAS, agora, só nos cânticos das pessoas quando acordam aos poucos, os poucos moradores da aldeia, com os sons SIBILANTES da VIDA PASTORIL na sua subida aos montes. Já não se distingue o tom do CÂNTICO AMOROSO do odioso. Tudo isso é imprevisível, nublado, até MISTERIOSO.

Há MURMÚRIOS e lamentos por todos os lados, pela idade da pessoa mais jovem do lugar, que conta já 64 anos. E é ele quem se encarrega de bem cedo levar os rebanhos para as pastagens.

Sobe aos montes o quase reformado, e ficam na aldeia os reformados. E todos, os cinco moradores, estão-se nas TINTAS para o terem filhos: -não querem mais filhos-. Importa agora os filhos das ovelhas e das cabras que lhes vão garantindo a vida. Todavia, pensando melhor, quem precisa de uma reforma é a “aldeia” do país.

 

José António de Carvalho, 03-março-2022


 


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