OLHARES A CORES
Imagino a vida a cores
Pintada suavemente
Pelos dedos voadores
Que percebem fielmente
A razão dos pormenores.
Olho longe, sempre em frente,
Abraço as nuvens, e a luz
Que o Sol dá a toda a gente,
A quem me guia e conduz
No respeito mais silente.
Ouço o romance das flores,
Vejo a mudez das nações,
Mordo a fome, calo horrores,
Surdas notas das canções.
Vejo tudo. E do que vejo,
Sendo pouco mais que nada,
É bem mais do que o desejo
De nascer na madrugada.
O poema será um livro;
Um livro livre de medos,
Um coração livre e vivo,
Frágil barco destemido
Guiado pelos meus dedos.
José António de Carvalho, 30-junho-2022
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