quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Poema "OLHARES A CORES" - Coletânea "Invisíveis olhares" RVA



OLHARES A CORES


Imagino a vida a cores
Pintada suavemente
Pelos dedos voadores
Que percebem fielmente
A razão dos pormenores.

Olho longe, sempre em frente,
Abraço as nuvens, e a luz
Que o Sol dá a toda a gente,
A quem me guia e conduz
No respeito mais silente.

Ouço o romance das flores,
Vejo a mudez das nações,
Mordo a fome, calo horrores,
Surdas notas das canções.

Vejo tudo. E do que vejo,
Sendo pouco mais que nada,
É bem mais do que o desejo
De nascer na madrugada.

O poema será um livro;
Um livro livre de medos,
Um coração livre e vivo,
Frágil barco destemido
Guiado pelos meus dedos.

José António de Carvalho, 30-junho-2022



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