quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Poema "POVO QUE LAVAVAS NO RIO"

Este poema foi inspirado e adaptado para os dias de hoje, do poema de Pedro Homem de Mello (06-09-1904 / 05-03-1984) "Povo que lavas no rio", cantado por Amália Rodrigues, e presto homenagem a ambos.


POVO QUE LAVAVAS NO RIO

Povo que lavavas no rio,
Talhaste com o conhecimento
As tábuas do teu caixão.
Pode ser que te arrependas
Do que fazes, e são ofensas
Que todas as vidas levarão.

Os que comem à mesa redonda
Onde nunca faltou o pão
Afundam-se no ganho e no ter,
Por troca do que é ser
Filhos na mesma condição.

Mas há quem não se esconda
De alertar a bons pulmões
Dos interesses em negociações
Que lavam a morte do futuro
Sem qualquer compaixão.

Ficarão secos e agrestes
Os solos, os rios, e as vestes
De quem sonha na cama.
E numa nova condição,
Em que o amor se derrama,
Faça-se da vida a grande arma,
Em verdade, de irmão para irmão.

José António de Carvalho, 03-agosto-2022
Foto na Noite de Conto e Poesia do Grupo instrumental que atuou na sede da ACAFADO






2 comentários:

  1. Poema bem adaptado à realidade actual."Faça-se da vida a grande arma de irmão para irmão ".
    Gostei muito.

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    1. Muito obrigado pela leitura, análise e comentário, estimada amiga Guiomar Ricardo!
      Um abraço.

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