domingo, 21 de julho de 2019

Poema "VERMOIM, MINHA TERRA" (soneto)

Este poema foi premiado com o primeiro lugar no concurso de poesia do Grupo Poético "Templo da Palavra", resultado divulgado a 20 de abril de 2020.

Integrou a Coletânea de Poesia "Horizontes da Poesia XII", e foi colocado um exemplar na Junta de Freguesia de Vermoim.

Também foi lido no programa "As Nossas Raízes", de 01-agosto-2020, da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

Poema lido hoje, dia 26-junho-2022, pelo ator Sérgio Ferreira, nas comemorações do dia da freguesia de Vermoim  - a minha terra.




VERMOIM, MINHA TERRA


Se vejo os teus mil cantos, minha terra
Se em cada canto os teus encantos mil
Mais encantos ainda este olhar descerra
Por causa deste olhar cego e febril.

Quando o sol lança os raios sobre ti
Todo o esplendor te salta do rosto
Nos olhos tens um verde que sorri
Em fortes tons de quente e doce agosto. 

Vestes roupa de nova primavera
Do tempo pendurado na memória
Onde o povo levanta a tua história.

Inspiras o poeta na quimera
De escrever a beleza que não altera
O rumo do seu sonho: A tua glória!

José António de Carvalho, 21-julho-2019








sábado, 20 de julho de 2019

Poema "ABRAÇO-TE" (Versão 2)


ABRAÇO-TE

Hoje sinto-me muito vago
Parado bem lá no alto mar
Pois saudades comigo trago
De mais uma vez abraçar.

Um abraço nascido da alma
Preso em laço imaterial
Que transborde paz para o mundo
Expugnando-o de algum mal.

Não vejo além daquele monte
Mas trago a vontade comigo
De rasgar este meu horizonte
P'ra te dar um abraço: AMIGO.

José António de Carvalho, in “Sente, Logo Vives e Sonhas” (Versão: 20-Julho-2019)






terça-feira, 16 de julho de 2019

Poema "Vais p’a galo"


Vais p’a galo

Canta, grita ó majestoso
Empoleirado na janela
Meio tonto, mas generoso
Até pareces tagarela.

Tens-te por um grande galã
Abres a asa e bates o pé
Mas se surge uma anfitriã
Perdes luta pró garnizé.

És o herói da tua capoeira
Pões nas lutas maior afinco
Até teres a derradeira
Com a lâmina pelo brinco.

Assim se apaga grande herói
Naquele braseiro que fazem
E só de pensar também dói
Quando assado se satisfazem.

José António de Carvalho, 15-julho-2019
Foto do Site Horizontes da Poesia


quarta-feira, 10 de julho de 2019

Poema " Livre de voar"

Livre de voar

Encostada à parede no meio do nada
asas salgadas de desejo de madrugada

Pele de seda fina de matéria sublimada
arrepiada nos sentidos pela mão tremulada

Que desliza em fio de água pura
na derme queimada ardente de ternura

Como lírio doirado aberto a olhar o sol
vulto de afeto abafado pelo lençol

O teu corpo quente evapora beleza
pra angústia de Vénus e sua fraqueza

Nas contas da vida somas a tua idade
da menina que vestes em total liberdade.

José António de Carvalho, 10-julho-2019
Foto de Conceição Silva




terça-feira, 9 de julho de 2019

Poema "A revolta da aceitação"

A revolta da aceitação

Não há jogo do elástico
nem o rodar do pião,

Há o desenrolar do tempo
da sua corda do fantástico.

Não há vidas perfeitas
nem dias deslumbrantes,

Há manhãs, tardes e noites
incrivelmente diferentes se tu as enfeitas.

Não há sonhos em vão
nem flores que sejam horríveis,

Há paixões ardentes no coração
e momentos irrepetíveis.

Não há dor que não passe
nem vida que não tenha fim,

Mas há poesia que a abrace
porque a vida é mesmo assim.

José António de Carvalho, 09-julho-2019
Foto de Conceição Silva




Certificado de participação na Coletânea Livro Aberto 2020, Rádio Voz de Alenquer, organizada pela amiga Ana Coelho.
 

Declamação do poema





sábado, 6 de julho de 2019

Poema "ABRE-ME E LÊ-ME"


ABRE-ME E LÊ-ME


Cabem todas as letras em mim
Todas as palavras e parágrafos
Ideias fenomenais, descobertas espantosas
As guerras e os silêncios mais brutais.

Cabe em mim ainda outro mundo
O céu e as estrelas, todas as constelações
O cheiro da terra lavrada e da manhã orvalhada
A cabra ordenhada no frio de qualquer madrugada.

Cabe em mim a ostentação e a hipocrisia
A tristeza e a pobreza
A persistência da minhoca
Quando perfura a terra dura.

Cabe em mim a dor de barriga, o filho abandonado
e lançado no contentor do tempo
O desespero, a loucura, a dor, a pobreza.

Cabe em mim a maior história de amor
A maior traição, o verso bem rimado
O poema ritmado, o texto ainda inacabado.

Cabe a minha história sem história
A do Homem e a sua memória
Mesmo não tendo glória
Tem a que a memória não perdeu.

Cabe o teu ou outro qualquer amor
O teu e o nosso pedaço de céu
Um amor assim, que resiste
O romance que insiste
Um amor que sofre e persiste
Mas que não morreu…

José António de Carvalho, 06-julho-2019
Foto: Concurso de poesia "Horizontes da Poesia"






segunda-feira, 1 de julho de 2019

Poema "Sonhos da vida"


Sonhos da vida

Invento-te nas manhãs claras
com mantos de luz e neblina
Os teus olhos são pedras raras
que o meu coração desatina.

Sonho o teu corpo de menina
e o teu sorriso de criança
Tomo a tua cintura fina
com dedos duros como lança.

Resgato os cabelos compridos
à violência destes ventos
Os teus seios são elmos erguidos
por beijos quentes e sedentos.

Ergo-te torre de marfim
com os braços de quem é forte
Laço que te traz até mim
sonho da vida até à morte…

José António de Carvalho, 01-julho-2019
Foto "Arte no Parque, Devesa-2019"





Poema "A olhar o parque"


Poema lido sábado, dia 10-julho-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria e apresentação de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


(No dia das Artes no parque da Devesa, Vila Nova de Famalicão)


A olhar o parque


Não olho apenas por olhar
Olho-te tão só nos olhos
Absorvo-te todo o teu ar
das árvores e seus folhos.

Pés na frescura do chão
e os coelhos a saltarem
na chegada do Verão
com artes a cintilarem.

Tantas plantas a florirem
pessoas a caminharem
aos pares a sorrirem
aves a nidificarem.

No teu seio o rio e ribeiro
também aquele carvalho
mais além tens um sobreiro
alegre, na horta, o espantalho.

Os teus sonhos na lagoa
voam nos patos selvagens
afastando o que magoa
ao nadarem prás margens.

É nesta diversidade
de natureza e razão
falo à humanidade:
Devesa, Famalicão!!!

José António de Carvalho, 30-06-2018
Fotos, minhas e página FB "Parque da Devesa"












terça-feira, 25 de junho de 2019

Poema "Chegou a hora"


Chegou a hora

Se me apetece escrever é agora
porque não há árvore que não chore,
Não há dor que não passe
nem pessoa que nunca se abrace
nem atar que não enlace.

Ó estrelas que rebrilhais no céu
mostrai o caminho a quem o perdeu,
Para que o andar seja prudente
o ver muito mais evidente
e o sentir seja magnificente.

E a boca sempre que sorrir
tão mais amor tenha pra servir,
Que os olhos ainda mais vejam
mundo mais justo que todos desejam
peças do puzzle do amor que todos sejam.

José António de Carvalho, 25-junho-2019
Foto Conceição Silva


Certificado de participação na Coletânea Livro Aberto 2020, Rádio Voz de Alenquer, organizada pela amiga Ana Coelho.
 

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Poema "O meu poema apagado"


O meu poema apagado

Para grande frustração minha,
Era um poema, um soneto que eu tinha
Lindo, lindo de morrer…

Mas o computador não estava a gostar
E lembrou-se do meu soneto apagar
E eu já não o consegui refazer.

Era um soneto à tua beleza
E agora com enorme tristeza
Já não a consigo ver.

Era também o poema a uma flor
A quem dediquei todo o amor
E que agora deixei de ter.

Mas outros poemas, outros sonetos virão
Quando chegar a mais sublime inspiração
Para novo soneto de amor te escrever.

José António de Carvalho, 24-06-2019
Foto de Conceição Silva



terça-feira, 18 de junho de 2019

Poema "Hoje podia ser amanhã"



Hoje podia ser amanhã

Hoje choraria como gosto de chorar
sem ter qualquer motivo para o fazer…
chorar por chorar,
como o fazer por fazer
ou falar por falar.

Mas prefiro sorrir…
Sorrir para acabar a rir
Por dentro, tão dentro
que ninguém vê.
Só tu!
Para me fazeres chorar a rir.

José António de Carvalho, 18-junho-2019







sábado, 15 de junho de 2019

Fotos da apresentação de 6ª feira (dia 14) na FNAC Braga

Agradeço a toda a equipa da Fnac Braga, e todos os que estiveram presentes para me ajudarem, nomeadamente:

Fernanda Santos
Sónia Carvalho
Maria Simões
Inês Carvalho Rodrigues
Alcina Maria Carvalho
Agostinho Filipe Santos
Maria do Sameiro Matos
Anabela Carvalho
Isabel Carvalho
Jorge N S A
Maria Rosa Machado
Fernando Ribeiro Carvalho
Vítor Rodrigues
Jorge Pimenta
Maria Pimenta
Zé-Tó Carvalho
Sónia Pereira
E todas as outras pessoas que não consigo nomear.
Muito, muito obrigado! 👏























segunda-feira, 10 de junho de 2019

Poema "Amor sem dia"

Sarau Dia Dos Namorados
. Evento criado por Academia Virtual de Letras - Acadêmicos (br)
Convite enviado pela poetisa amiga Vania Maria

Vlll Sarau Virtual Do Mel Poesias "Dia Dos Namorados"
Convite enviado por Isa Ma da Silva


Amor Sem dia

Tantos são os amores cantados
por Camões e Florbela Espanca
Drumond, Vinicius e Pessoa;
e outros não sendo nomeados
também eles apaixonados
e num sentir que tanto encanta
se também os bichos espanta
ao mesmo tempo magoa.

São vetores indecifrados
que põem o mundo a andar às voltas
em sonhos de beijos ardentes
de corpos enrolando quentes
e corações alvoroçados
numa pressão descontrolada
no vigor da forte paixão
do tamanho do coração
neste Dia dos Namorados.

José António de Carvalho, 10-junho-2019
Foto de Conceição Silva





quarta-feira, 5 de junho de 2019

Poema "Andar do Tempo" (soneto)

Isto é um 31...


Andar do Tempo

Manhãs e madrugadas orvalhadas
Corpos, gotas, partículas, imagens
São ventos assombrosos dos teus nadas
Esculpidos a gritos nas paisagens.

Vago mundo que ardente se derrete
Num imenso e soturno céu cinzento
Calha de água tanto nos promete
Mas deixa apenas medo e desalento.

Secam gargantas, ardem as verduras
Se não há chuva, tão pouco sente vento
Afrouxa o riso… rédea às loucuras.

Faço silêncio. Calo este lamento
Acorrentado às minhas molduras
Quase desfeitas pelo andar do tempo.

José António de Carvalho, 05-junho-2019
Foto dos Caminhos de Santiago