ASAS DE OURO
Pobre e nobre do Fundão
Onde o tempo mais castiga
Não registada no balcão,
Mas lá nasceu a rapariga.
Mais tarde cinco verões
Num assento de Lisboa
Nasceria prás canções,
Fado “penas” e “malhoa”.
Bem cantou o grande Camões
D. Dinis, Ary, O’Neill e Alegre,
Mas pra tão lindas canções
Um simples poeta serve.
A nossa diva do fado
Que voou por todo o mundo
De sentimento amarrado
Arrancado bem do fundo
Do peito deste país.
Um firme grito no estio
Com cetro de imperatriz:
Povo que lavas no rio…
José António de Carvalho, 19-novembro-2020