Na Penumbra
Sigo por entre a penumbra da noite
Só, no meio do cinza escuro e negro
Quero apenas pensar no amor que afoite
Este verso que no poema integro.
Ó risos do luar que me vê do alto
Tão altas as chamas dentro do meu peito
E o sangue nas veias em sobressalto
Rio louco que transborda do leito
Para chegar às debruadas margens
Onde todo o sonho fica desfeito
Como fosse a última das viagens.
Mas sempre descubro esse teu jeito
No meio das coloridas paisagens
E assim nunca descortino defeito.
José António de Carvalho, 31-mar-2019
Foto: Conceição Silva
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