domingo, 20 de outubro de 2019

Poema "A FRIA MAGIA DO OUTONO"

A FRIA MAGIA DO OUTONO

Verga-se o sol aos ponteiros do relógio
que se atrasam na maior melancolia.
Sentem-se os passos largos da noite,
arrefece o ânimo, encolhe-se o dia...

As árvores choram os frutos colhidos,
despedem-se, ora, de folhas e de sonhos
de noites quentes e sonos mal dormidos.
Bebo o sol das manhãs em dias encolhidos.

Espalha-se uma tristeza sombria no céu.
É outono... o vento zune, chega o frio.
A lareira move-se, agiganta-se ante o breu.
O vento lança odores a castanhas e água-pé.

A fé mantém-nos na esperança do dezembro,
dias revoltados, a quererem novamente crescer,
saltar o "Natal em passinho de pardal", e fervendo
com a festa da chegada do março para florescer.

José António de Carvalho, 20 de outubro-2019
Pintura de Monteiro da Silva - Grupo Arte Celano




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