Verga-se o sol aos ponteiros do relógio
que se atrasam na maior melancolia.
Sentem-se os passos largos da noite,
arrefece o ânimo, encolhe-se o dia...
As árvores choram os frutos colhidos,
despedem-se, ora, de folhas e de sonhos
de noites quentes e sonos mal dormidos.
Bebo o sol das manhãs em dias encolhidos.
Espalha-se uma tristeza sombria no céu.
É outono... o vento zune, chega o frio.
A lareira move-se, agiganta-se ante o breu.
O vento lança odores a castanhas e água-pé.
A fé mantém-nos na esperança do dezembro,
dias revoltados, a quererem novamente crescer,
saltar o "Natal em passinho de pardal", e fervendo
com a festa da chegada do março para florescer.
José António de Carvalho, 20 de outubro-2019
Pintura de Monteiro da Silva - Grupo Arte Celano
Adoro a melancolia que o poema transmite ....lindo. Obrigada
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu amável comentário, amiga Ana Costa Silva!
EliminarMaravilhoso poema. Muitos parabéns.
ResponderEliminarMuito obrigado, por ter gostado e pelo comentário!
Eliminar