quarta-feira, 21 de junho de 2023

Poema "ESTAÇÕES"

(Solstício de Verão) 

ESTAÇÕES

Ah… que bebo a tua alma na chegada
da brisa que envolve os teus cabelos.

Nos teus olhos dou meu perdão à madrugada
que me promete os sonhos mais belos.

Nos teus lábios dilata-se a história do amor…
E a tua língua desliza flagrantemente
de cais em cais até encontrar porto seguro.

A viagem estelar fica presa nos labirintos
dos sussurros abafados nos teus ouvidos.

Não há morte que se atreva a não matar o desejo
de fazer nascer o dia em longos ápices da noite.
E faz-se dia e noite, manhãs, tardes e madrugadas claras. 

Tudo sem nome e em teu nome também se chama.
E tudo é primavera até se fundir num único verão.
Não há outonos esquecidos nem invernos lembrados.
E tudo arde, e nunca é tarde, até a chuva cair na cama…

José António de Carvalho, 21-junho-2023 (solstício do Verão)
Imagem "Pinterest"







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