CINZAS
Se ao menos fosse inverno
seria até acolhedor
estar dentro do inferno
e sentir-lhe o calor.
Mas não. É verão.
É um agosto ardente
indo além da razão,
um inferno no presente.
A chama imponente
a devorar a vida.
Ficam os despojos,
restos de nadas, cinza,
E os olhos mortos
de todos os que lutam,
não dos que mandam.
Esses, sorriem ainda...
Tragam água.
Tragam muita água,
para matar a dor
e afogar a mágoa
de viver este horror.
José António de Carvalho, 06-agosto-2025
Pintura de António Miranda - ARTE CELANO - Grupo de Artistas
Maravilhoso!
ResponderEliminarMuito obrigado por ler e comentar!
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