sábado, 6 de abril de 2019

Poema "Antes Amar" (Tautograma)

Tautograma a concurso no Grupo "Flor de Lotus" do FB



Antes amar

Andas assim ausente,
ávida…
Amavelmente adiantas-te, afugentas-te
ao amor.

A árvore afaga a alma,
Ameniza a angústia,
Afasta a ansiedade.

Aceita apenas amar…
ama apaixonadamente,
acredita!

Acontece…
Aconteça AMOR!!!!

José António de Carvalho, 06-04-2019
Foto: Conceição Silva



sexta-feira, 5 de abril de 2019

Poema "Palavras abafadas no âmago das palavras"



Palavras abafadas no âmago das palavras


Raios de sol
aprisionados no negrume das nuvens, que teimosamente se demoram para os deixar passar.

Olhares indiscretos
que desassossegam os nervos do mais pacífico dos oceanos.

Feridas ocultas
sob a pele de seda fina de cada sorriso mordido pela acutilância da dor.

Sorrisos perturbados
por violentas vagas em alto-mar que engolem qualquer ego impreciso.

Olhos doces
resistentes à angústia e à dor, permeados pela doçura do calor do amor.

Lábios húmidos
pelas lágrimas que distinguem o rosto de quem sente e o prazer que nunca desmentem.

Pele arrepiada
na luz refletida pela lâmina cortante e pelo toque de veludo que a engana no mesmo instante.

Fumo cinzento
dissipado do óleo efervescente misturado com o vermelho do  sangue respingado no acidente.

Livro proibido
da nudez da verdade em choque frontal e brutal com a ardileza da letra da lei e de quem a dita.

Coração fechado
na cerca do abismo subserviente à imposição prepotente e insensatez fatal de monstros e fantasmas vestidos de adamastor.

Andorinha venturosa
No despontar da vida eleva em cada voo penetrante o significado e a forma de cada verso, na força pungente de cada paixão esplendorosa.

José António de Carvalho, 05-abril-2019
Foto: Conceição Silva








quinta-feira, 4 de abril de 2019

Poema "Eventualmente não sei"


Eventualmente não sei

Queixas-te do frio de hoje, de abril?
Mas sorriste do calor de março
E tantas vezes foste à praia em fevereiro
E esses passeios ao sol de janeiro?!

Não sei muito bem por que razão escrevo isto
Talvez não me lembre com exatidão
Porque a memória já não é o que era…
Se isto é inverno
Verão, outono
Ou Primavera.

José António de Carvalho, 04-04.2019
Foto: JA19C




terça-feira, 2 de abril de 2019

Poema "A lambreta do Capeta"



A lambreta do Capeta


O Óscar Capeta
Juntou uns trocos
Comprou uma lambreta
E largou os socos.

Como era bela…
A lambreta branca
Com uma faixa amarela.
Dá à chave e arranca.

E o Capeta
Orgulhoso dela ter
Forma de cometa
E em sonhos correr.

Linda como o sol
A sua lambreta
Cromada no farol
O resto é treta.

Sente-se livre
Vai para onde quer
Pra onde nunca esteve
Num sonho qualquer.

E o Capeta
Vá pra onde for
Nunca larga a lambreta
Nem no dia do trabalhador.


José António de Carvalho, 02-04-20019
Foto: Google "Lambreta pintura"



segunda-feira, 1 de abril de 2019

Poemas "Alma" (soneto)


Alma

Cerne e auréola… Uma razão de vida
De mistérios, opções. Uma adição
Por cada sorriso ou vela na mão.
Grande Saramago, isso é que intriga.

Não ensejo enumerar todas as almas.
São tantas… do amor à dor, poesia
Nobres, pobres, negócios… poderia
Haver sucesso sem o segredo? Almas…

Tristes, aflitas, bondosas, alegres.
Ó rosa vermelha, alma do jardim:
Pode viver um amor sem um sim?

Não! Preciso dele! Se somos breves
O sorriso aberto e afável me deves.
Escrevo com a alma que existe em mim!

José António de Carvalho, 06-08-2018 (reorganizado em 01-04-2019)
Foto: JA19C



domingo, 31 de março de 2019

Poema "Na Penumbra" (soneto)


Na Penumbra

Sigo por entre a penumbra da noite
Só, no meio do cinza escuro e negro
Quero apenas pensar no amor que afoite
Este verso que no poema integro.

Ó risos do luar que me vê do alto
Tão altas as chamas dentro do meu peito
E o sangue nas veias em sobressalto
Rio louco que transborda do leito

Para chegar às debruadas margens
Onde todo o sonho fica desfeito
Como fosse a última das viagens.

Mas sempre descubro esse teu jeito
No meio das coloridas paisagens
E assim nunca descortino defeito.

José António de Carvalho, 31-mar-2019
Foto: Conceição Silva




quarta-feira, 27 de março de 2019

Poema "Enquanto Espero" (soneto)

Enquanto Espero

Enquanto aqui espero... sei lá!
Não sei a razão por que o faço
Mas que alguma razão haverá
Talvez espere esse abraço.

Ah... se o vi agora mesmo na rua
Fugindo-me à frente a galopar
Aos saltos de pena leve e nua
Em mãos de vento levada pró mar.

Esse som das ondas adormecidas
Em surdo vai e vem de tanta saudade
Por todas as músicas repetidas

Que nos trespassam o ser sem idade
Nos despojos de lembranças queridas
Que ainda hoje nos trazem felicidade.

José António de Carvalho, mar-2019
Foto: Conceição Silva



domingo, 24 de março de 2019

Poema "Escolhi Sonhar"


Escolhi Sonhar

Deito-me sem razão para o fazer
Se sonho mais acordado
Quando me visto de madrugada.

Olhar o céu é o que sempre faço
Mesmo que não veja nada
Tenho pra mim todo o espaço.

Banho-me sempre na magia do momento
Na luz do sol ou nas estrelas do firmamento
Nas plantas que crescem e noutras que florescem.

Mas quando me deito e tenho razão para o fazer
Tenho tanto medo de me perder
No sono ou no sonho que tanto desejo
Mas que nunca sei se vou ter.

José António de Carvalho, março-2019
Foto: Conceição Silva



quinta-feira, 21 de março de 2019

Poema "Ondas e Liberdades" (soneto)


Ondas e Liberdades

Se me perco nas revoltas do mundo
Na busca de sublimes ideais
E se não encontro, tanto me confundo
A encontrar causas justas e leais.

Se me revejo no rubro dos cravos
E nas praças apinhadas de gente
triste e dolente, com rostos escravos
Se a liberdade se insinua ausente.

Ai os conceitos com os tais preconceitos
Tantos são os que só te veem defeitos
Mas em tudo tu és tão diferente...

Liberdade e mar, abrem-nos a mente
Águas e revoltas, grandes preceitos
Que desafiam os próprios conceitos…


José António de Carvalho - mar-2019

A minha participação na Antologia da Chiado Editora - Tema: Liberdade


quarta-feira, 20 de março de 2019

Poema "A MINHA PRIMAVERA"


A MINHA PRIMAVERA


Nunca me explicaram o que é a Primavera
Eu sentia-a, sinto-a e desejo-a
Como se deseja no amor.

Como é bela a Primavera
Eu instalo-a, inalo-a e sorvo-a
Ainda que seja só um avo da vida.

E assim ela se faz a minha preferida
A minha cor, a minha flor predileta, et cetera…

José António de Carvalho, 21-03-2019
Foto: Conceição Silva



Poema "Árvore"

Este Poema vai ser lido no Dia da Árvore - 21-03-2019 - na Associação da Casa do Paço (Airão - Guimarães). Participação no Grupo Poetas de Indaiatuba e do Mundo, no tema: Floresta, tendo recebido uma Menção Honrosa.

Árvore

Rima com tudo e com ar puro
Na frescura e fruto maduro
E dela depende o futuro.

Árvore, se o podemos ser:
Eu, Tu: homem, criança ou mulher
E temos que ser a valer.

Se sou Carvalho, pois então
E tu Oliveira… por que não?
Mas não temos raízes no chão…

Como nós, a árvore tem vida
E se for macieira bem servida
De maçã saborosa e colorida.

Talvez laranjeira florida
Coberta de flor enaltecida
E laranja tão apetecida.

Ou nogueira, alguém põe questão?
Se as saudáveis nozes nos dão
Madeira pra móveis, e então?

Cerejeiras repletas de flores
São belas e de várias cores
Com brincos de vários sabores.

Árvore bela e frondosa
Torna a Terra bem formosa
E a nossa vida mais gostosa.

Temos que ter a noção real
Se as árvores tratarmos mal
O futuro é um ponto final.

JA19C
Foto: JA19C



terça-feira, 19 de março de 2019

Poema - DIA DO PAI


DIA DO PAI


O tempo vai passando e leva tudo consigo.

Olho à minha frente e não te vejo diante de mim
Olho a um lado e ao outro, e também não te vejo
Volto-me pra trás e vejo o futuro, os filhos.

Estou na linha da frente, contigo no pensamento
E com esta saudade que é cada vez maior
Como o monte que ali vejo, a norte.

Vê como está o carvalho que me ajudaste a plantar…
Nele vejo a primavera e também a saudade
Desse tempo distante e que me é tão próximo,

Do tempo em que nos juntávamos
E que não se via ninguém à frente e ninguém atrás
Estávamos juntos em alegria e paz

Agora resta a boa sombra do carvalho pró Verão
E esta saudade que não se vai
Como seria hoje o nosso Dia, Pai…

José António de Carvalho
19 de março 2019



domingo, 17 de março de 2019

Poema "Vida e Mar" (soneto)

Poema lido na Expoética-2019 - Braga, pela Dr.ª Aida Alves, Diretora da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva



Vida e Mar

Sou um pacífico ribeiro pequeno
Que ao largo rio vou desaguar
E em deslizar sinuoso e sereno
Lá seguimos prá abraçar o mar.

Prodigioso mar da minha vida
Tão periclitante, belo e profundo,
A permanente ameaça incontida
Acabará contigo e com o mundo.

O que vos fazem magnânimos mares…
Se belos e intensos versos inspirais
Porque escondeis resíduos nucleares?

Pobre Homem que no mar tudo lançais
Pela ganância para prosperares
Agora, e no futuro não pensais!...


José António de Carvalho






sexta-feira, 8 de março de 2019

Poema "Tão Mulher" (soneto)


Tão Mulher

As desigualdades que por aí falam
Reduzem o teu ser ao que não és
E aqueles que tanto as propalam
Se calhar não te chegam aos pés.

Em ti vejo um Ser, só um Ser humano
Tão humano quanto é o meu género
Às vezes faz o que é desumano
Pr' obter o que afinal é tão efémero.

O meu respeito por ti é o maior
Não posso dizer-te tanto mais
Mas sem ti ficamos muito pior.

No dia em que nos deixas e sais
À procura de um mundo melhor
Levas a luz que não veremos mais.

JA19C
Foto: Pintura a óleo (Google)




quarta-feira, 6 de março de 2019

Poema "És..." - Dia Internacional da Mulher (acróstico)


Dia Internacional da Mulher – 2019


És…

Diva das nossas vidas,
Imagem celestial e
Angelical de Mulher e Mãe.

Inquebrável diamante reluzente surgido das poeiras da vida.
Natural e pura, emergente da doçura das águas límpidas,
Teu coração agitado apenas ama, como rio sem fim…
Eva, simplesmente Eva, e Mulher!
Realismo aturado te faz apaixonada educadora,
Nascida do amor, dás-te em flor de amor.
Anátema do pecado carnal ou do amor fecundo?
Condenada por sentença injusta do mundo!...
Inventa sonhos dos sonhos verdadeiramente inventados,
Oculta as dores entre os sorrisos tenuemente disfarçados,
Na luta diária da vida vence e supera as agruras,
Alma aromatizada por flores de múltiplas cores puras,
Leva no ventre a maravilha do tesouro da vida.

Dá a vida e morre pela vida apaixonada…
Abre horizontes a esta humanidade enfeitiçada.

Mãe…
Uma, duas ou quantas vezes forem.
Lutadora abnegada pela igualdade,
Hoje tens no teu dia internacional, a tua verdade
E eu vergo-me diante de ti e canto-te:
Rainha da humanidade.

JA19C
Foto: Conceição Silva





segunda-feira, 4 de março de 2019

Poema "Esfumadas"


Esfumadas

A vida passa no fumo da fogueira
Deixando um rasto de cinza e cheiro a carvão.
O que ardeu e se esfumou não volta.

São necessárias outras fogueiras
Que me aqueçam e me iluminem o rosto
E nos meus olhos cintilem imagens das chamas.

E essa nova chama deve secar-me a boca
Para beber a água fresca das palavras
Que me saciarão da sede que tenho de ti…

JA19C
Foto: Autor desconhecido