REVELO-ME ATRAVÉS DE SIMPLES VERSOS (Reservados os direitos de autor)
sábado, 18 de novembro de 2023
TEXTO "MUITO"
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Poema "NA TERRA DA GUERRA E DO METAL"
NA TERRA DA GUERRA E DO METAL
Sou desta terra que vive de olhos postos no além,
e vivo na avenida que segue sem se saber o fim.
Esta terra que fica na Terra onde há guerra
que mata inocentes e soldados também.
Disparo revolta à volta das letras que grito,
bombas e balas de paz na terra de ninguém,
Mesmo não tendo importância para quem
só lê letras dos metais de quem é rico.
E… quem puder, por contrição, que mude;
eu, pelo mesmo motivo, por aqui me fico.
José António de Carvalho, 10-novembro-2023
terça-feira, 7 de novembro de 2023
Sátira "O DIÁLOGO"
MARCELO E COSTA
O DIÁLOGO
- “Galamba” Sr. Presidente,
Que mau “Cordeiro” me terá visto
Para me meterem nisto?
- Não faço ideia! Disse Marcelo.
Há muito que te avisei
Daquele astuto mentiroso…
Agora apenas te direi
Que para mim é penoso
Ver-te, também, ir embora!
Tu ainda por aqui ficarias
Não viesse a ordem de fora!
sábado, 4 de novembro de 2023
Poema "A TRAVESSIA" (Inspirado no quadro de Monteiro da Silva)
Essa paisagem cortada ao meio pelos castanhos outonos de águas ainda mornas, que se nega a não sonhar com a vida quando o sol a visita na sua aparição pela outra margem.
Há sempre um abismo a vencer,
há sempre uma ponte para atravessar. Há sempre o outro lado para sonhar, há
sempre um tempo que nos quer acolher.
Há sempre as repetidas
primaveras que trazem a luz à escuridão dos olhos da alma, que quase adormece
em todos os invernos da terra e em todos os invernos da vida.
Mas os olhos ainda vislumbram a
ponte… Uma ponte de travessia e sonho, seja ela de luz, de água viva duma fonte,
ou simples pincelada divina nas águas inquietas, que, lá no fundo, inspiram a
arte e a poesia.
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
PENSAMENTO
ALGO QUE PODEMOS MUDAR?
(no dia dos fiéis defuntos)
José António de Carvalho, 02-novembro-2023
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Poema "LEVA-ME A SAUDADE"
HOMENAGEM AO MEU PAI E AO MEU IRMÃO (01-Novembro)
LEVA-ME A SAUDADE
Pega-me na mão e leva-me para onde o sol se sinta ameno,onde as palavras mesmo que surdas sejam ricas;
onde se cultivem os campos com almas despidas,
e se sinta que deixaste o ar mais leve e o peito mais fértil.
Que a robustez líquida do sentir angarie fiéis
para que possamos gritar pela verdade do amor.
Grito no cimo deste monte de saudade...
José António de Carvalho, 01-novembro-2023
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Poema "PÁGINAS DE NOVEMBRO"
PÁGINAS DE NOVEMBRO
Chega o novembro cinzento
no seu profundo lamento
sem pena e cor de esperança
de ver fim a tanta guerra
que explode na fria terra,
malvado hino à ganância.
Pego nas folhas que caem,
são lágrimas da paisagem
do despir da natureza
que de si já tanto sofre,
sangue das veias da estrofe
onde mergulho a tristeza.
José António de Carvalho, 31-outubro-2023
domingo, 22 de outubro de 2023
Poema "POESIA DA VIDA"
Ah… esta minha terra e este mar,
que me trazem recordações
de quando acordo p'ra viver;
o hoje e o amanhã que mais quero
calando o ego - quero e posso
para ser o que posso ser.
Esta ideia, esta alma de povo,
abrigam-me de sobressaltos,
ter em cada dia tudo novo
sendo igual sem se repetir
em mais um dia para subir
a alcançar pensamentos altos.
Tendo isto, tenho quase tudo,
com os versos em liberdade
e a vida descomprometida,
a morte viverá escondida,
e a poesia não será miragem
estampada em bela paisagem
dentro da minha própria vida.
José António de Carvalho, 12-outubro-2023
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
Feliz Dia do POETA!
Feliz Dia do POETA!
Hoje percebo um pouco melhor os
poetas.
Não é poeta quem quer ser poeta,
mas aquele que se liberta da matéria
e se deixa voar em emoções.
Daí que o poeta só o consiga ser
em pequenos espaços da sua
existência,
designados por momentos de
inspiração.
E se a vida é como uma flor,
direi que, é como uma roseira,
que desabrocha do botão,
a mais apaixonante das pares,
e, pouco tempo depois
começa a desprender-se das pétalas,
deixando: umas, voarem para o chão;
outras, ficando presas nos espinhos
de outras roseiras; outras ainda,
prendendo-se nos próprios espinhos,
ficando aí até terrivelmente secarem,
ou esperando que venha uma leve brisa
que as lance no chão para serem nada.
Ficam apenas memórias...
Memórias em quem pode e quer ter memória.
Ou, então, ficam as memórias gravadas
na arte de quem sabe fazer arte.
Boas inspirações!
Feliz dia do Poeta!
José António de Carvalho, 20-outubro-2023
Foto do site: www.calendarr.com/brasil/dia-do-poeta/
quinta-feira, 19 de outubro de 2023
Poema "PALAVRAS"
PALAVRAS
Fico-me pelas palavras simples
e despidas de aura divina,
despidas das joias cintilantes
e acolchoados das vestimentas reais.
Palavras… sem papos inchados,
coloridas plumagens de faisões
e conteúdos e intenções nebulosas.
Fico-me apenas pela palavra,
de simples palavras de serem cantadas.
Palavras de significados líquidos,
palavras vento,
palavras sol;
palavras cintilantes,
palavras verdes,
palavras água
e alimento,
palavras justiça,
palavras rio,
palavras planície
e montanha,
palavras fogo,
palavras… sentimento novo.
Palavras de grito
pela natureza que morre,
palavras de Homem
que mata a fome,
palavras da paz
que não se faz,
palavras de justiça
a quem a desperdiça,
palavras da ternura
que segure a mão,
palavras balbuciadas
ao ouvido, que digam:
“acredita, respeita,
abraça, sonha,
ama, e… voa”.
Só assim as palavras
deslumbram!
José António de Carvalho, 06-outubro-2023
quarta-feira, 18 de outubro de 2023
PENSAMENTO
Receio que nunca mais possamos olhar calmamente o céu e nele
contarmos estrelas, deixarmo-nos beijar pelo sol ou de sentirmos a chuva humedecer-nos
o rosto, de enfrentarmos o vento a sacudir-nos a roupa batendo-a na nossa pele,
porque temos de andar atentos ao que se passa no chão e à nossa volta, esquecendo
que grandes perigos também nos podem chegar pelo ar, independentemente da altitude e
latitude.
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Poema "NA PROCURA DO POEMA"
Querendo aparentar o que não é essência.
E, dia-a-dia, sofremos na ambivalência
de ser o que não somos em consciência."
Talvez não sejas música,
talvez não sejas água;
talvez… nem sejas alimento.
Ou talvez sejas a luz
a acordar o esquecimento.
Talvez sejas mais que ilusão
de um cálice de paixão.
Mas és sístole do coração
a levar alimento onde
o poema se esconde
numa pétala de flor,
a florescer no esplendor
do mais singelo no amor.
José António de Carvalho, 27-setembro-2023
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Poema "POEMA SEM TÍTULO"
POEMA SEM TÍTULO
Não sei ver mais longe ou além do que isto,
se a cada dia o que faço, conquisto.
Se mais não quiserem, já não insisto.
Porque sou pouco mais do que um miúdo,
e um quase velho que já tudo viveu,
e nunca e nada de nada percebeu.
Se me disserem que não é verdade
negarei com o maior à-vontade
com cara de quem a vergonha perdeu.
Resta-me p'ró resto da caminhada
a esperança, e sonhar mesmo com nada;
já esta, coitada, quase morreu.
José António de Carvalho, 21-setembro-2023
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
Poema "O DIA NÃO ACABA"
O DIA NÃO ACABA
Ah, quando as noites são claras, eternas
melodias lisas, águas serenas,
folhagens tenras, raízes maternas;
que em todas as horas amanheças.
Ah, felino faminto que estremeças
ao ver a presa só e indefesa, apenas
e antes de a devorares enlouqueças
respirando primaveras de verbenas.
Posto o sol, estaremos cansados,
os corpos húmidos, ainda ancorados,
bafejarão calor e sentirão novo frio
em outro calor roubado a um arrepio.
José António de Carvalho, 11-setembro-2023
terça-feira, 29 de agosto de 2023
Poema "RAIO DE SOL"
"A amizade é o conforto da presença mesmo na ausência. O amor é amizade sem lugar para distâncias."
José António de Carvalho, 29-Agosto-2023
RAIO DE SOL
Tenho a minha alma a voar
por lugares magníficos,
entre estrelas e planetas
com um Sol maior a cantar
em nome de todos os profetas
que vieram anunciar, que:
“Errar é humano…”
Mas implicará prometeres
corrigir-te sem reservas
dos erros que trazes na alma
bem antes de os cometeres.
José António de Carvalho, 29-agosto-2023
Foto de Conceição Silva
sábado, 12 de agosto de 2023
Poema "SEMPRE QUE VIERES"
SEMPRE QUE VIERES
Vem devagar
nos teus passos largos,
flor de todos os cuidados,
guarida de rara subtileza
do luar despido e doirado,
momento sempre esperado.
Vem de surpresa
salpicando frescura p’rá vida
que em si teimosamente queima
na busca de alma parecida.
Vem docemente no luar
deste agosto quente
no teu corpo de colina fina.
Vem devagar, vem menina,
que anseio ardentemente
que o momento dure sempre…
Vem, vem…
para que se faça rima
a ouvir assobiar o vento,
sem deixar que se esgote o tempo,
que quero sonhar ainda…
José António de Carvalho, 10-agosto-2023
sábado, 29 de julho de 2023
Poema "A PAGA EM VIDA"
Sei que um dia partirei
p'ra qualquer outro lugar
ou para lugar nenhum.
Não sei que imagens terei
E ninguém pode afirmar
que haja mais lugar algum.
Será um partir para ir
sem volta, sem retrocesso,
sempre a correr, a fugir…
Qualquer dúvida que exista
abrirá um tal processo
que não há quem lhe resista.
Que seja antes de partir,
como não há mais regresso,
a paga a quem se sentir
um ofendido confesso.
José António de Carvalho, 29-julho-2023
Pintura de Madalena Macedo (Parque da Devesa)
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Poema " NA TUA VOZ…" (A Carlos Lacerda)
NA TUA VOZ…
(poema a Carlos Lacerda)
Oh, Carlos, Carlos!...
O que queres que te diga
na hora da tua partida?...
Que se perdeu poesia?
Que se perdeu um amigo?
Fico triste comigo…
Grande dizedor
e ilustre poeta.
Pena de na tua voz
nunca ter tido um poema meu.
Não senhor… Nunca ouvi!
Mas sem ti…
a poesia fica bem mais pobre!
Fica o mar e o apreço…
que em dor e versos teço,
tendo a poesia como laço
num enorme e poético abraço…
Até sempre voz de poetas!
José António de Carvalho, 26-julho-2023
quando à Poesia empresto a voz
mesmo a declama-la com calma
me entrego todo a vós !"
Carlos Lacerda - poesia)
terça-feira, 25 de julho de 2023
REFLEXÃO "A minha reflexão para hoje"
Poema "NO GUME DAS PALAVRAS"
NO GUME DAS PALAVRAS
As palavras são uma corrente,
eterna caminhante, e deslizante.
Elas são mágicas,
são sol, são água, são sal.
São tudo de bem
e são todo o mal.
Sejam condescendentes quando as uso
embrulhadas e imprudentes,
pela imprudência que em mim mora;
pelo que sou hoje
ou pelo que fui,
pelo que quero ser
ou deixei de ser,
pelo que deveria ter sido,
ou somente,
pelo que deveria ser agora.
Perdoem-me as faltas em palavras
e as palavras em falta.
Estas lacunas brutais também me definem.
Às palavras repreendo-as,
aprendo-as, mas esqueço-as
quando de mim fogem assustadas.
Ah… e as palavras douradas que se perdem
nos recônditos esconderijos do meu jeito,
são redondas. Sempre assim redondas…
São elas que me alimentam e definem…
São elas que me rasgam por dentro
quando se evadem do meu peito.
Talvez, talvez…
a razão para que tantas vezes
fique apenas por meias-palavras…
José António de Carvalho, 24-julho-2023