Espelho
Olho-me no espelho e vejo tão pouco,
Que não sei se é problema só da
vista.
Talvez! Mas receio que o mal
persista
E esta angústia quase me deixa
louco.
E se ao acordar já vejo mal,
ao deitar…
Ao deitar, ainda é pior. Só
pelo receio
De se meter a noite escura
pelo meio
E no dia seguinte nem sequer
acordar.
Oh… Por que razão me faço eu
sofrer,
Com dor de burro que tenho ao
correr
Se todos os burros correm para
sonhar…
Não digas nada espelho, não me
digas,
Como és tão dado a mentiras e
intrigas
Que enjoam neste baloiçar em
alto-mar.
JA18C
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