VERSOS MAL COSTURADOS
Não tenho palavras, tão pouco imagens,
apenas as tuas mãos e os teus dedos,
que nas costuras são apenas passagens,
onde rendo e me rendo nos meus medos.
E coses os meus versos no viés
por baixo da fina bainha da blusa.
E os sonhos da revolta das marés
beijam, agridem e matam, quem a usa.
Não tenho como medir as palavras,
se o sentimento é ainda mais branco,
as sílabas mal contadas são escravas
às mãos dum cobarde fecho no flanco.
Se estes versos morrerem na costura
por terem sido mal alinhavados,
são versos hirtos e com armadura
em outros mares jamais navegados.
José António de Carvalho, 06-agosto-2020
Imagem – Horizontes da Poesia - nº 85, Desafio de 2 a 8-08-2020
Lindíssimo!
ResponderEliminarMuito obrigado, amiga das Letras Maria do Rosário Serrado Freitas!
EliminarO seu poema também é lindo! Mas naquela rubrica do Horizontes não dá para comentar (julgo)!
Um abraço.
Belo.
EliminarMuito obrigado, amiga Elisa Costa!
EliminarMuito criativo...
ResponderEliminarMuito obrigado por ter gostado e pelo comentário!
EliminarMaravilhoso!!
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário, amiga das letras Rosaly Fleury!
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