A RUA DO DIA
Começa cedo, no raiar da aurora.
Minha vida é a rua do dia
Neste andar mais penoso do que outrora
Se bem lá para trás ficou a alegria.
Os passos cada vez mais arrastados,
A rua a cada dia sobe mais.
Meus perónios cada vez mais cansados,
Já foram como as asas dos pardais.
Vejo as casas airosas e caiadas
No seu aspeto angélico mas obscuro,
Com as portas e janelas fechadas
fica o dia envolto num ar impuro.
Na subida surgem nuvens escuras.
Na rua vou a pouco mais de metade,
E como será bem lá nas alturas
Quando a eterna fadiga nos invade?!…
José António de Carvalho, 11-setembro-2020
Foto de Conceição Silva
E como será enquanto cá se anda, animar mais os perónios, e não ver tanta escuridão?
ResponderEliminarPenso eu de que.... Não será nada pior!!!
Gostei de tudo, menos do desânimo
Muito obrigado pelo comentário, amiga Anabela Carvalho! Apenas constatações...
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