quarta-feira, 24 de abril de 2019

Poema "No Dia do Livro" (soneto)

No Dia do Livro

Tanta música e cores são devidos
Tantas flores e bandos de pardais
nas suas melodias divinais
A vibrar nos martelos dos ouvidos.

Poesias e acordes naturais
Maravilhas saídas dos poetas
E se for dos amores que despertas
Nos corações que tão mais instigais?

Ai, folhas e mais folhas, vendaval
Escrita fina em traços de menina
E olhos de prosa ou verso natural

Seduzem a sensível alma fina
Na inspiração do pobre elo mortal
Ver-te livro em beleza feminina.

José António de Carvalho, 23-abril-2019







segunda-feira, 22 de abril de 2019

Poema " Diz-me Liberdade" (soneto)

Este poema foi integrado na Antologia de Poesia "LIBERDADE", da Chiado Editora.


Diz-me Liberdade

Diz-me, diz-lhes agora como te chamas
Diz-me a tua cor, eu nada sei de ti
Diz apenas se me queres e se me amas
Se eu de ti já tanto me preenchi.

Bela e etérea donzela, d' alma cheia
Constantemente vilipendiada
Tão disputada que o mundo incendeia
Esquecida na orla da madrugada.

Quem quis ser trespassado pela bala?
Ou sucumbir ao fio de um punhal?
Fenecer num abrigo ou numa vala?

Vês desigualdades? O bem e o mal?
Vês a miséria e os abusos de poder?
Liberdade como?... Será normal?

José António de Carvalho, 01-03-2019
Foto: JA19C




sábado, 20 de abril de 2019

Poema "Páscoa"


AVL
Sarau de Páscoa
A convite da poetisa Vânia Maria


Páscoa

Inesperado…
Vindo ao aquém
do além,
Pra quem acredita.

Surpreendente…
Surgido em luz
ressurgido nos conduz
revivescido em amor,
Pra nosso bem.

Voltar…
À vida renovada, florescida
Primavera da Vida
Nossa fonte vivificada,
Pra nossa Esperança.

Páscoa…
Como quem diz:
Aqui tens o meu abraço,
Podes sempre ser Feliz!

José António de Carvalho, 20-04-2019
Foto: JA18C



sexta-feira, 19 de abril de 2019

Poema "PÁSCOA EM NÓS" (soneto)


PÁSCOA EM NÓS

Que as palavras façam eco no tempo
Atos fiéis, visões alvas, lavadas
Bandeiras de princípios e sustento
Que nas tábuas da lei foram lavradas.

Estava escrito e assim aconteceu
E floresceu esperança no universo
Fez-se luz e jamais escureceu
Neste fazer caminho controverso.

Se persiste negrume e escuridão
É ao querer do Homem que se deve
Por isso é capaz na decisão.

A Páscoa é de quem se desafia
Abrir o coração de compaixão
E na fé e esperança se confia.

José António de Carvalho, 19 de abril 2019 (reformulado)
Original, JA18C



domingo, 14 de abril de 2019

Poema "Síntese do Beijo" (soneto)


Síntese do Beijo

Na saudação mais sã e respeitosa
Na flor mais terna, bela e delicada
Na pétala mais frágil e gostosa
No calor de uma paixão erotizada.

Bela expressão se for livre e sincera
Anima o coração que tanto sente
Em ósculo que a lua ao sol dera
Rubros lábios de riso são e luzente.

E depois do primeiro, outro aglomera
É um vendaval, uma luz fulgente
Uma simples visão ou mera quimera…

Os deleitosos lábios que os consente
Em tão esperada e meiga primavera
Nesse gostoso beijo húmido e quente.

José António de Carvalho, 14-abril de 2019



terça-feira, 9 de abril de 2019

Poema "Rosto da Liberdade" (soneto)


Rosto da Liberdade

Trazes no teu rosto alvo o sol de abril
Nos lábios, o fino pólen das flores
Sorridentes, cobiçam os amores
Que por ti lutam de forma febril.

És a perfeita das imperfeições
Tão rebelde como o vento, morena
Pálida, de olhar largo e serena
Tão pequena e de grandes dimensões.

E nos carreiros desta crua vida
Hão de querer o que acham por bem ter
E que assim te abafam, ó perdida!…

Em algo que lhes pareça ser poder
E mesmo não sendo há de ser mantida
Essa vontade mesmo sem o ser.

José António de Carvalho, 09-abril-2019
Foto: Conceição Silva




sábado, 6 de abril de 2019

Poema "Antes Amar" (Tautograma)

Tautograma a concurso no Grupo "Flor de Lotus" do FB



Antes amar

Andas assim ausente,
ávida…
Amavelmente adiantas-te, afugentas-te
ao amor.

A árvore afaga a alma,
Ameniza a angústia,
Afasta a ansiedade.

Aceita apenas amar…
ama apaixonadamente,
acredita!

Acontece…
Aconteça AMOR!!!!

José António de Carvalho, 06-04-2019
Foto: Conceição Silva



sexta-feira, 5 de abril de 2019

Poema "Palavras abafadas no âmago das palavras"



Palavras abafadas no âmago das palavras


Raios de sol
aprisionados no negrume das nuvens, que teimosamente se demoram para os deixar passar.

Olhares indiscretos
que desassossegam os nervos do mais pacífico dos oceanos.

Feridas ocultas
sob a pele de seda fina de cada sorriso mordido pela acutilância da dor.

Sorrisos perturbados
por violentas vagas em alto-mar que engolem qualquer ego impreciso.

Olhos doces
resistentes à angústia e à dor, permeados pela doçura do calor do amor.

Lábios húmidos
pelas lágrimas que distinguem o rosto de quem sente e o prazer que nunca desmentem.

Pele arrepiada
na luz refletida pela lâmina cortante e pelo toque de veludo que a engana no mesmo instante.

Fumo cinzento
dissipado do óleo efervescente misturado com o vermelho do  sangue respingado no acidente.

Livro proibido
da nudez da verdade em choque frontal e brutal com a ardileza da letra da lei e de quem a dita.

Coração fechado
na cerca do abismo subserviente à imposição prepotente e insensatez fatal de monstros e fantasmas vestidos de adamastor.

Andorinha venturosa
No despontar da vida eleva em cada voo penetrante o significado e a forma de cada verso, na força pungente de cada paixão esplendorosa.

José António de Carvalho, 05-abril-2019
Foto: Conceição Silva








quinta-feira, 4 de abril de 2019

Poema "Eventualmente não sei"


Eventualmente não sei

Queixas-te do frio de hoje, de abril?
Mas sorriste do calor de março
E tantas vezes foste à praia em fevereiro
E esses passeios ao sol de janeiro?!

Não sei muito bem por que razão escrevo isto
Talvez não me lembre com exatidão
Porque a memória já não é o que era…
Se isto é inverno
Verão, outono
Ou Primavera.

José António de Carvalho, 04-04.2019
Foto: JA19C




terça-feira, 2 de abril de 2019

Poema "A lambreta do Capeta"



A lambreta do Capeta


O Óscar Capeta
Juntou uns trocos
Comprou uma lambreta
E largou os socos.

Como era bela…
A lambreta branca
Com uma faixa amarela.
Dá à chave e arranca.

E o Capeta
Orgulhoso dela ter
Forma de cometa
E em sonhos correr.

Linda como o sol
A sua lambreta
Cromada no farol
O resto é treta.

Sente-se livre
Vai para onde quer
Pra onde nunca esteve
Num sonho qualquer.

E o Capeta
Vá pra onde for
Nunca larga a lambreta
Nem no dia do trabalhador.


José António de Carvalho, 02-04-20019
Foto: Google "Lambreta pintura"



segunda-feira, 1 de abril de 2019

Poemas "Alma" (soneto)


Alma

Cerne e auréola… Uma razão de vida
De mistérios, opções. Uma adição
Por cada sorriso ou vela na mão.
Grande Saramago, isso é que intriga.

Não ensejo enumerar todas as almas.
São tantas… do amor à dor, poesia
Nobres, pobres, negócios… poderia
Haver sucesso sem o segredo? Almas…

Tristes, aflitas, bondosas, alegres.
Ó rosa vermelha, alma do jardim:
Pode viver um amor sem um sim?

Não! Preciso dele! Se somos breves
O sorriso aberto e afável me deves.
Escrevo com a alma que existe em mim!

José António de Carvalho, 06-08-2018 (reorganizado em 01-04-2019)
Foto: JA19C



domingo, 31 de março de 2019

Poema "Na Penumbra" (soneto)


Na Penumbra

Sigo por entre a penumbra da noite
Só, no meio do cinza escuro e negro
Quero apenas pensar no amor que afoite
Este verso que no poema integro.

Ó risos do luar que me vê do alto
Tão altas as chamas dentro do meu peito
E o sangue nas veias em sobressalto
Rio louco que transborda do leito

Para chegar às debruadas margens
Onde todo o sonho fica desfeito
Como fosse a última das viagens.

Mas sempre descubro esse teu jeito
No meio das coloridas paisagens
E assim nunca descortino defeito.

José António de Carvalho, 31-mar-2019
Foto: Conceição Silva




quarta-feira, 27 de março de 2019

Poema "Enquanto Espero" (soneto)

Enquanto Espero

Enquanto aqui espero... sei lá!
Não sei a razão por que o faço
Mas que alguma razão haverá
Talvez espere esse abraço.

Ah... se o vi agora mesmo na rua
Fugindo-me à frente a galopar
Aos saltos de pena leve e nua
Em mãos de vento levada pró mar.

Esse som das ondas adormecidas
Em surdo vai e vem de tanta saudade
Por todas as músicas repetidas

Que nos trespassam o ser sem idade
Nos despojos de lembranças queridas
Que ainda hoje nos trazem felicidade.

José António de Carvalho, mar-2019
Foto: Conceição Silva



domingo, 24 de março de 2019

Poema "Escolhi Sonhar"


Escolhi Sonhar

Deito-me sem razão para o fazer
Se sonho mais acordado
Quando me visto de madrugada.

Olhar o céu é o que sempre faço
Mesmo que não veja nada
Tenho pra mim todo o espaço.

Banho-me sempre na magia do momento
Na luz do sol ou nas estrelas do firmamento
Nas plantas que crescem e noutras que florescem.

Mas quando me deito e tenho razão para o fazer
Tenho tanto medo de me perder
No sono ou no sonho que tanto desejo
Mas que nunca sei se vou ter.

José António de Carvalho, março-2019
Foto: Conceição Silva



quinta-feira, 21 de março de 2019

Poema "Ondas e Liberdades" (soneto)


Ondas e Liberdades

Se me perco nas revoltas do mundo
Na busca de sublimes ideais
E se não encontro, tanto me confundo
A encontrar causas justas e leais.

Se me revejo no rubro dos cravos
E nas praças apinhadas de gente
triste e dolente, com rostos escravos
Se a liberdade se insinua ausente.

Ai os conceitos com os tais preconceitos
Tantos são os que só te veem defeitos
Mas em tudo tu és tão diferente...

Liberdade e mar, abrem-nos a mente
Águas e revoltas, grandes preceitos
Que desafiam os próprios conceitos…


José António de Carvalho - mar-2019

A minha participação na Antologia da Chiado Editora - Tema: Liberdade


quarta-feira, 20 de março de 2019

Poema "A MINHA PRIMAVERA"


A MINHA PRIMAVERA


Nunca me explicaram o que é a Primavera
Eu sentia-a, sinto-a e desejo-a
Como se deseja no amor.

Como é bela a Primavera
Eu instalo-a, inalo-a e sorvo-a
Ainda que seja só um avo da vida.

E assim ela se faz a minha preferida
A minha cor, a minha flor predileta, et cetera…

José António de Carvalho, 21-03-2019
Foto: Conceição Silva



Poema "Árvore"

Este Poema vai ser lido no Dia da Árvore - 21-03-2019 - na Associação da Casa do Paço (Airão - Guimarães). Participação no Grupo Poetas de Indaiatuba e do Mundo, no tema: Floresta, tendo recebido uma Menção Honrosa.

Árvore

Rima com tudo e com ar puro
Na frescura e fruto maduro
E dela depende o futuro.

Árvore, se o podemos ser:
Eu, Tu: homem, criança ou mulher
E temos que ser a valer.

Se sou Carvalho, pois então
E tu Oliveira… por que não?
Mas não temos raízes no chão…

Como nós, a árvore tem vida
E se for macieira bem servida
De maçã saborosa e colorida.

Talvez laranjeira florida
Coberta de flor enaltecida
E laranja tão apetecida.

Ou nogueira, alguém põe questão?
Se as saudáveis nozes nos dão
Madeira pra móveis, e então?

Cerejeiras repletas de flores
São belas e de várias cores
Com brincos de vários sabores.

Árvore bela e frondosa
Torna a Terra bem formosa
E a nossa vida mais gostosa.

Temos que ter a noção real
Se as árvores tratarmos mal
O futuro é um ponto final.

JA19C
Foto: JA19C



terça-feira, 19 de março de 2019

Poema - DIA DO PAI


DIA DO PAI


O tempo vai passando e leva tudo consigo.

Olho à minha frente e não te vejo diante de mim
Olho a um lado e ao outro, e também não te vejo
Volto-me pra trás e vejo o futuro, os filhos.

Estou na linha da frente, contigo no pensamento
E com esta saudade que é cada vez maior
Como o monte que ali vejo, a norte.

Vê como está o carvalho que me ajudaste a plantar…
Nele vejo a primavera e também a saudade
Desse tempo distante e que me é tão próximo,

Do tempo em que nos juntávamos
E que não se via ninguém à frente e ninguém atrás
Estávamos juntos em alegria e paz

Agora resta a boa sombra do carvalho pró Verão
E esta saudade que não se vai
Como seria hoje o nosso Dia, Pai…

José António de Carvalho
19 de março 2019