sábado, 31 de outubro de 2020

Poema "COM MÁSCARA NO HALLOWEEN"

Sarau de Halloween
Tema: Dia das Bruxas
Convite de Cristiano Múrcia

Participação também em 31-10-2020, no Sarau organizado pela Grupo Poético ALIPE.


COM MÁSCARA NO HALLOWEEN 

Desconfio em todos os dias,
Característica que me define,
Há quem tenha grandes alegrias
Na mágica noite de Halloween.

Fico em casa a escrever, e ler
O que escrevem sobre este dia,
Mas é pelo Covid-19 temer
Porque não é nenhuma fantasia.

Quem sabe se isto melhorará
E pró ano se fará grande festa
Se esta pandemia terminará
P'ra contar a população que resta.

José António de Carvalho, 31-outubro-2020
Foto net




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Poema "HOJE VI O SOL"

Este poema foi lido, no dia 11-dezembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


HOJE VI O SOL


O Sol estava curioso e claro,
A espreitar com o seu ar vigilante,
Mas triste, cedeu o lugar às nuvens
E ficou em lágrimas, nesse instante.

Com um ar perplexo, entristecido
Ausente. Espreitava aqui e além
Naquele ar duro de foragido
Pra não ter que abraçar ninguém.

E vi esse Sol curioso e claro,
Com sorriso que nunca se viu,
Sentiu esta tristeza que trago
Virou as costas e foi, lá partiu.

Oh… Sol quente da minha vida…
Soubesse eu que amanhã te veria,
Teria grande explosão de alegria
Como se não houvera essa partida.

José António de Carvalho, 28-outubro-2020
Foto de Conceição Silva




Poema "A FUGA"



A FUGA

 

Foges-me e eu procuro-te.

Andas à procura de sonho e flores,

e nem sequer me vês. Mas revelo-te,

que sempre que te digo ao ouvido,

nesse arrepio que terás esquecido,

Que bebo as nossas noites de amor.

 

José António de Carvalho, 01-maio-2020

Foto da Lua - da minha autoria



segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Poema "CAMINHO"

A minha participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 13-novembro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites", Tema: A Luz do Caminho.

CAMINHO


As minhas pressas
alimentam-se de lentos erros
e enganos que a vida engana e perpetua.

Nunca tive tanta pressa
na lentidão que me assola,
e faz-me correr estupidamente para o fim.

Para o fim do momento,
para o fim do aprazível,
para o fim do conforto,
para o fim de tudo, 
porque tudo tem fim.

Tudo será cinzento e frio…
dor, lágrimas, dúvida, angústia…
Pelo meio há um leve esboço de sorriso
já esquecido no tempo.
Essa é a beleza do Outono.
Uma beleza que se estende ao frio.

E como o poema
caminha para o fim
e não rima com nada,
e porque o fim, sim,
esse é que rima
porque é a derradeira verdade...
FIM…

José António de Carvalho, 26-outubro-2020
Foto de Conceição Silva




sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Poema "VOO DOS VERSOS"

A minha Participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 30-outubro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites". (com a obrigatoriedade de introduzir dez palavras do poema de Ana Harthely "QUE É VOAR")


VOO DOS VERSOS

Só saberei que os meus versos são livres,
Mais livres que o pássaro quando voa,
Numa infinita fome de voar,
Nos mais incríveis voos levantar.

Não quero ter um voo inconsistente
Que se dobra a pequena ventania,
Que se perca em labirintos da mente
Ou nos patíbulos da hipocrisia.

Sonho esse voo reto, independente,
No sentido da vida, sempre em frente,
E não se encolha na monotonia
Que mata, esmaga o peito, que asfixia.

E ao chegar a manhã separada
Como transitório entre Sol e Lua,
É momentâneo o ponto da alvorada
Com a noite a extinguir-se clara e nua.

Mas quando a poesia sai à rua,
Tem o sentir do partir na chegada
Que nas tristes lágrimas se acentua
A vontade de da rua voltar.

José António de Carvalho, 22-outubro-2020
Pintura Arte Celano Grupo de Artistas





segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Poema "À VOLTA DO TEMPO"


À VOLTA DO TEMPO



Volta e meia, meia volta
São duas voltas pra dar
A ilusão já não se solta
Não tem asas pra voar.

Meia volta, volta e meia
Anda o coração a chorar
Sem ter luz, nem a candeia
e sem forças para andar.

E quando dá meia volta
Naquele corpo de fuso
Na sua penumbra envolta
Volta e meia a que me escuso.


José António de Carvalho, 19-outubro-2020
Pintura de Hermínia Veríssimo



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Poema "DIAS DE OUTONO"


DIAS DE OUTONO

Este Outono graceja pelos dias
aprazíveis, com risos de debiques
nas noites frias de franjas sombrias
no fio ardente, filho de alambiques.

Tem aspeto de raposa faminta
fascinada pelo rasto da presa
que por muito que no olfato a sinta
preferirá as castanhas à mesa.

O vinho desliza e ocupa altos copos
corando o vidro, e num ar meio tonto
traz alívio das memórias dos mortos
num dia de glória para os defuntos.

Olham para as estrelas os presuntos
enroscados numa corda pelo osso
vai correndo por entre outros assuntos
ou da água que ainda falta no poço.

E no tiritar de frio das árvores
magras no jeito e todas depenadas
são já lembradas em tíbios alvores
os sonhos, filhoses e rabanadas.

José António de Carvalho, 14-outubro-2020
Pintura de Madalena Macedo (Arte Celano Grupo de Artistas)





segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Poema "AMAR TECNO-LOGICAMENTE…"

Este "poema" foi feito para participar no VI SARAU VIRTUAL DO DIA DAS CRIANÇAS, organizado pela CONFRARIA DE LITERATURA & ARTES, a convite de Isa M. A. da Silva.


AMAR TECNO-LOGICAMENTE…


Quando te dás “tecno-logicamente”
Entregas-te com fervor a um écran,
Duvido que fiques bem intimamente,
Se quase tudo é resultado da tua mente,
Numa história, com história, irreal e vã.

Com os carateres + ou – marcas o coração
E pões no teu corpo o sangue a pulsar.
Se o calor libertado pelo computador
Tem os teus dedos prontos a captá-lo.
Esses que, num ápice, podem apagá-lo.

Se trocas emoções através de um táctil
Cada vez tocas-lhe com maior avidez,
Onde tudo se torna muito mais fácil,
Porque se a tecnologia o amor pode ajudar
Pode também torná-lo na maior estupidez.

José António de Carvalho, 10-outubro-2020
Foto da internet






sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Poema “CAMINHO VÃO”

Este poema foi lido, no dia 10-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


CAMINHO VÃO 

Sei bem de onde venho,
Mal sei tudo o que vivi,
É pouco, mas isso basta,
Se mais nada que nada tenho.

Não sei a razão por que vim
Neste trilho cortado ao meio,
Nunca vislumbraria o fim,
Este fim que afinal veio.

Não sei por que sorri.
Mas sei por que caminhei.
Também sei o que passei.
E tu sabes que eu sei.

Deixei-me cair no andar,
Entrar num mundo seco.
Ainda sou aquela folha a voar.

Andei por searas a sonhar
Sentindo um mar a subir,
Mas as asas tive que cortar
E não fingi a dor ao cair.

Sou quem não sabe fingir.

José António de Carvalho, 08-outubro-2020
Foto Google





sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Poema "NA RUA DO ESQUECIMENTO"

A minha Participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 02-outubro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites". (com a obrigatoriedade de introduzir dez palavras do poema de Ângelo Vaz Lima "Pára-me de repente o Pensamento...")


NA RUA DO ESQUECIMENTO


Sozinha desces pela rua.
No vento o pensamento para
Em busca da tua alma nua,
Para uma paz que te é cara.

Botaste-me no esquecimento,
Escrutador em correria,
Perdido algures o momento
Para abraçarmos a alegria.

E tudo o mais é perdimento
Tal a cegueira no teu olhar.
Prossegue a vida sem lamento,
Porque não há um novo chegar!

José António de Carvalho, 01-Outubro-2020
Foto de Conceição Silva



terça-feira, 29 de setembro de 2020

FALTAM POUCO MAIS DE 16 MIL VISUALIZAÇÕES PARA AS 50.000



JÁ ESTAMOS COM 33.807 VISUALIZAÇÕES DO BLOG


Record de visualizações do blog em setembro

3.353 Visualizações







Um enorme obrigado a todos que acompanham o blog e leem os meus poemas.
Bem-hajam!

Um abraço a si! 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Poema "QUANDO ELA SE DESPE"

Participei com este poema no XXXV Encontro do Grupo Artes & Literatura Recanto da Poesia, no dia 24-março-2021, Tema: "Pôr do Sol de Outono". 


QUANDO ELA SE DESPE

Estática como uma sentinela,
Deixa-se despir vagarosamente
Enquanto sopra o vento levemente
Levando as roupas para longe dela.

E vai ficando cada vez mais frágil,
Naquele ar triste e com suores frios.
Escorrem-lhe as lágrimas como rios
Das gotas de orvalho em deslizar ágil.

E neste sonho enreda-se no sono,
Adormece calma. Aviva-se o lume.
Cortadas as castanhas e o queixume,
Sinto o cheiro a magusto. É Outono!...

José António de Carvalho, 28-setembro-2020
Pintura de Maurizio Rega





quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Poema - "PÁTRIA MINHA" - Declamado por mim (Vídeo)




Poema "Pátria Minha"
Da minha autoria.

Trabalho elaborado pelo amigo Paulo Pereira, autor do espaço "Livros Lidos, que tem como objetivo divulgar a poesia e fomentar o gosto pela leitura neste tempo de pandemia.

Um forte abraço amigo Paulo Pereira

Espero que gostem!...





terça-feira, 22 de setembro de 2020

Poema "SE OUTRO FOSSE, NÃO SERIA…"

Participei com este poema no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 25-setembro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites".

Também foi lido, no dia 26-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.



SE OUTRO FOSSE, NÃO SERIA…



Para que outro qualquer pudesse eu ser
Como é que eu podia ser quem sou?
Se mesmo assim tudo passa a correr
No caminho feito, e neste que vou.

E se percorro por tantos caminhos
D’onde vou bebendo e roubando imagens
Alguns com pedras pesadas e espinhos,
Outros envoltos de belas paisagens.

Não posso ser outro. Não sou Pessoa…
Não caibo noutras personalidades,
E quando o raio desse alarme soa
Logo caio em grandes dificuldades.

Não quero ser quem eu mesmo não sou.
Nem ser rico, nem fidalgo, nem pobre,
Ou o letrado que nunca se lembrou
Que o que no peito nasce é mais nobre.


José António de Carvalho, 22-setembro-2020
Quadro de Monteiro da Silva





segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Poema - "OUTONO" - Declamado por Abraão Marinho (Br)



Muito obrigado, amigo das letras Abraão Marinho! O poema ficou fantástico! Vou partilhar com todos publicamente nas minhas páginas e nos grupos onde o possa fazer. Continuação de excelentes trabalhos! Um abraço.

Poema "NA FALTA DE PALAVRAS"

Este poema recebeu Diploma pela publicação na Accademia Poetica Mondiale "Erato" Portugallo, concedido pela poetisa e amiga Rosa Céu.

NA FALTA DE PALAVRAS

Procuro sempre palavras certas
Que voem serenas no vento
Como tule leve. E concretas,
Para extrair delas ouro e alento.
Se por mero erro as deixo cair
Na lama e areias movediças,
Perco o meu sentido de prumo
e no desacerto me arrumo.

E procuro as palavras certas
Para não serem como setas
Apontadas ó centro do alvo,
Onde se morre sem diálogo,
Sem proferir quaisquer palavras,
E assim elas são só escravas,
E tão escravas neste monólogo.

José António de Carvalho, 21-setembro-2020
Quadro de Pierre-Michel De Keyn



domingo, 13 de setembro de 2020

Poema "QUANTAS VEZES"

Este poema foi lido, no dia 19-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


QUANTAS VEZES


Quantas vezes te disse,
vamos falar de nós.

Como se desconhecêssemos
porque é que a terra
tem de ser lavrada,

porque é que a rede do pescador
tem de ser remendada,

e as pontas dos fios
que se partem no tear
têm de ser unidas e atadas.

E nós sabemos que as casas
que se fragilizam no tempo
são reféns de nova visão
e de mãos sábias e recuperadoras.

E nós sabemos do desespero
de uma planta no seco verão,

é como se tivesse ferida aberta
a esvair-se de sangue
no seu depauperado coração.


José António de Carvalho, 13-setembro-2020
Pintura de Mendes da Costa Belmiro



sábado, 12 de setembro de 2020

Poema "COISAS DOS ASTROS E DO MAR"


COISAS DOS ASTROS E DO MAR



Hoje estou tranquilamente só.
Tão só que olhei o espelho e nada vi espelhado,
Terá passado um cometa e levado o reflexo na cauda,
Arrastando consigo todas estrelas das memórias?

E que é que eu tenho a ver com cometas e estrelas?
Se não fujo nem cintilo em céu algum?

Mas a minha tranquilidade é perturbadora
Como a calmaria em alto-mar que antecede a tempestade.
Em abono disso, diga-se:
Pode ser que não haja tempestade
E fiquemos só pela tranquilidade da calmaria.

Amanhã é um novo dia!

José António de Carvalho, 12-setembro-2020
Quadro de Monteiro da Silva – Pintura a óleo




sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Poema "A RUA DO DIA"

Este poema foi lido, no dia 12-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


A RUA DO DIA


Começa cedo, no raiar da aurora.
Minha vida é a rua do dia
Neste andar mais penoso do que outrora
Se bem lá para trás ficou a alegria.

Os passos cada vez mais arrastados,
A rua a cada dia sobe mais.
Meus perónios cada vez mais cansados,
Já foram como as asas dos pardais.

Vejo as casas airosas e caiadas
No seu aspeto angélico mas obscuro,
Com as portas e janelas fechadas
fica o dia envolto num ar impuro.

Na subida surgem nuvens escuras. 
Na rua vou a pouco mais de metade,
E como será bem lá nas alturas
Quando a eterna fadiga nos invade?!…

José António de Carvalho, 11-setembro-2020
Foto de Conceição Silva




domingo, 6 de setembro de 2020

Poema "ESCURIDÃO"


ESCURIDÃO


Enquanto esta minha pele envelhece
neste radiante sol de setembro, 
a minha amargura num rolo cresce
neste agastado caminho, e fenece
nos flashes absurdos qu’ ainda relembro.

E são dois. Que reversos escondidos
por entre nuvens pintadas de negro.
Se fossem pelo menos versos lidos,
com a boa intenção de os ver mantidos
como quem guarda tesouro em segredo.


José António de Carvalho, 06-setembro-2020
Foto de Conceição Silva