Os dedos
São setas desferidas ao sol
Pétalas furtadas às violetas
Em finas agulhas desassombradas
Hirtas e firmes põem um fim às tretas.
Centopeias nas teclas do piano
Notas soltas que saltitam pelo ar
Ao desenhar os dias do ano
Nas contas de “tirar” e somar.
São linhas finas de fortes desejos
Estendidas pela aridez da pele
E lábios desabados aos beijos
Astrolábios sábios em mar de mel.
Os dedos tocam notas musicais
O canto da natureza e do mar
O assobiar do vento e dos pardais
Ordenam belas canções de embalar.
Os dedos são verdadeiros, leais
E cúmplices uns e outros entre si
Pequenos, grandes, são fundamentais
Pra escrever um poema para ti.
José António
de Carvalho, 15-agosto-2019
Foto de
Conceição Silva
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Absolutamente fantástico.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário e por ter gostado!
EliminarSimplesmente maravilhoso
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário e por ter gostado!
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